A direção da Fetag promoveu no dia 28 de fevereiro um debate sobre a representatividade do Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR) frente às transformações que vêm ocorrendo no meio rural. O evento faz parte do Planejamento Estratégico que a Federação está implementando e contou com a participação de diretores, assessores e funcionários da Federação. O presidente da Contag, Alberto Broch, e o professor Sergio Schneider, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foram convidados para dar subsídios e instigar o debate. O presidente da Fetag, Elton Weber, abriu o evento falando da importância do debate para a aprendizagem coletiva, destacando que nesse primeiro encontro a discussão foi sobre o público que a entidade representa. “As mudanças ocorridas no meio rural, ao longo dos últimos anos, criaram novas formas e relações de trabalho no campo”, observa. Broch fez um panorama da atual estrutura sindical e da realidade dos outros estados. Ele falou sobre a reforma sindical, outros movimentos sociais do campo e, ainda, a evolução do MSTTR na construção de um projeto da agricultura familiar. Relatou as disputas no meio rural em especial em relação à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o surgimento dos Sindicatos dos Assalariados, a inserção dos pescadores no movimento sindical, além de outros temas de relevância no contexto da Fetag. O dirigente destacou, ainda, a relevância deste tipo de trabalho na construção de propostas que possam ser amplamente discutidas com a base na construção das mudanças necessárias ao MSTTR, as quais deverão ser levadas ao 11º Congresso da Contag, que irá acontecer em 2013. “Nós temos que fazer as mudanças e não esperar pelo governo”, justifica Broch. Já o professor Sergio Schneider provocou o debate ao apresentar a conjuntura atual do meio rural com dados em relação à produtividade da agricultura familiar, as economias sem produção, a legislação arcaica para a nova realidade rural e as novas relações rural e urbano. Schneider comentou as diferentes fases do movimento sindical, mostrando que a fase atual deixou de ser propositiva ou de mobilização e passou a ser co-gestora de políticas públicas. Afirmou a importância na construção de ações que busquem o desenvolvimento sustentável e a valorização da agricultura familiar como produtora de alimentos, apontando os “impérios alimentares” como grande inimigo, exemplificando a necessidade de canais de comercialização próprios. O professor lançou vários desafios ao movimento sindical. Questões como a pluriatividade, as atividades não-agrícolas no meio rural, as agroindústrias familiares, os assalariados rurais e as economias sem produção estiveram no centro das discussões. Weber, ao final do encontro, enfatizou que a intenção da Fetag é continuar realizando estes debates internos e ampliar as discussões para as demais instâncias do MSTTR. FONTE: Assessoria de Imprensa FETAG-RS