É a primeira vez que o estado opta por realizar formação política específica pela Enfoc para Juventude e Terceira Idade. Durante dois dias (19 e 20) a Secretaria de Formação e Organização Sindical da Fetag-BA realizou as Oficinas de Autoformação para os cursos específicos para a Juventude e Terceira Idade. Esta é mais uma iniciativa da Escola Nacional de Formação (Enfoc) e, além de ser a primeira experiência realizada pelo estado, já começa cheia de novidades como a realização das oficinas integradas junto com as três secretarias. A atividade, que aconteceu em Salvador, contou com 24 participantes, entre educadores da Rede Enfoc, lideranças sindicais, diretores/as e assessoras/es da Fetag-BA. A Secretária de Formação, Vânia Marques Pinto, afirma o acerto em realizar as oficinas integradas porque possibilitou o debate de temas importantes para se compreender a geração e o processo de sucessão rural, valorizando o papel das/os jovens e das pessoas idosas. Outra questão que ela destaca é a atuação da Rede de Educadoras/es que atuam no estado da Bahia. “Assumindo responsabilidades e sendo protagonistas em novos processos formativos. Estamos muito felizes e motivados para continuar despertando e balançando a nossa Rede e qualificando o nosso MSTTR, especialmente nesse momento de tantos desmandos e violências aos nossos sujeitos do campo”, afirma. A proposta da oficina, além de construir a Matriz Pedagógica, socializou as experiências e discussões mais próximas do MSTTR para com esses dois sujeitos, a juventude e as pessoas idosas rurais. A educadora popular, coordenadora do polo sindical da região de Guanambi e presidente do STTR de Urandi, Leidjane Baleeiro, apresentou os resultados da pesquisa do Mestrado em Educação do Campo, “Jovens do Campo no contexto do semiárido baiano: trabalho e relações de gênero no município de Urandi-BA”. Já a também educadora popular e assessora da Diretoria de Políticas para a Terceira Idade da Fetape, Rosely Arantes, apresentou a experiência do 1º Curso de Formação Política da Enfoc para a Pessoa Idosa do Campo em PE e discutiu os diversos conceitos que permeiam o envelhecimento humano. Ambas ajudaram na construção das respectivas matrizes pedagógicas. Para dona Judite Carvalho Rodrigues, 69, agricultora familiar aposentada, secretária do polo de Irecê e educadora popular pela Enfoc, destacou a integração de discutir as temáticas dos idosos com a juventude juntos. Ela parabeniza essa iniciativa e diz que esta formação é o começo da valorização das pessoas idosas que estavam esquecidas porque fará o resgate merecido para essas pessoas. “Nós também fazemos parte desse contexto e dessa realidade dentro da sociedade e no MSTTR. Existimos e precisamos aparecer e sermos respeitados”. João Batista dos Santos, 33, agricultor familiar, educador popular, secretário de jovens do STTR de Seabra e do polo da Chapada Diamantina, afirma a importância em reunir “a experiência dos mais idosos com a vontade de aprender dos jovens”, especialmente porque os jovens pegam o “bonde andando”. Assim é preciso conhecer a história do MSTTR para qualificar a luta e evitar os erros e desacertos cometidos no passado. “Para a juventude é importante compreender que há uma luta de classes e que precisamos entender de que lado nós estamos e fazemos parte. E a Enfoc nos possibilita isso. Essas formações específicas valorizam especialmente os idosos que vivem à margem dos MTTR, apesar de manter essa estrutura”. Em agosto será realizado o primeiro módulo do curso para juventude e em setembro, para as pessoas idosas do campo. Além dessas formações, a Secretaria de Formação da Bahia realizará uma discussão específica para as mulheres e uma atividade voltada para a comunicação popular. FONTE: Rosely Arantes- Educadora e comunicadora popular