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VIOLÊNCIA NO CAMPO
Famílias continuam ameaçadas de morte no Pará
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29 de Junho de 2007

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Em audiência ontem (28), na cidade de Redenção (PA), o ouvidor agrário nacional do Incra, Gersino Silva, anunciou que vai disponibilizar dois veículos para ajudar a Policia Militar do Pará a garantir a segurança na região onde agricultores foram torturados e estão ameaçados de morte.

O conflito acontece na Fazenda Estrela de Maceió, distante 300km da cidade de Redenção, no município de Cumaru do Norte, região sul do Pará. Segundo informações do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município, no sábado dia 23, cerca de 24 homens armados invadiram o acampamento Brilhante, que fica dentro da fazenda, e aterrorizaram as famílias. Três homens e duas mulheres foram torturadas e roubadas e tiveram seus barracos queimados.

A Fazenda Estrela de Maceió está ocupada desde 2005 por mais de 400 famílias, que produzem em regime de economia familiar e é pretendida por Jerson Lima Araújo, que reivindica a área. Ele é acusado pelos agricultores de ser o mandante dos crimes.

De acordo com o diretor de Política Agrária do STTR de Cumaru do Norte, ligado a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Pará (Fetagri-PA), existe um consórcio de fazendeiros na região que ameaçam permanentemente os agricultores com armamentos de uso exclusivo do Exército. "Lá nem agente do IBGE entra. Os capangas ficam camuflados na mata, com armamento pesado. Parece até que é um estado, dentro de outro estado", denunciou Pedro.

Ele informou que já encaminhou ao diretor da Policia Federal em Brasília fotos que comprovam a ação dos pistoleiros, inclusive denunciando que a região é rota do tráfico de drogas. Quem cuida do caso é o delegado Marco Aurélio, da Policia Federal de Redenção.

No mesmo município de Cumaru do Norte, em agosto do ano passado, 12 trabalhadores rurais foram assassinados e vários outros desapareceram. Nesta época um ouvidor agrário do Incra também realizou audiência pública, e quase um ano depois nada foi resolvido. Os trabalhadores continuam ameaçados.

Fonte: Fátima Emediato

Agência Contag de Notícias



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