A guerra dos conflitos agrários fez mais uma vítima hoje. Foi assassinada a tiros, nesta tarde, a ex-presidente do sindicato de União do Sul, em Mato Grosso, Maria Lúcia do Nascimento. A dirigente morava no assentamento Nova Conquista 2, no mesmo município. Recentemente, Maria Lúcia e mais 25 famílias haviam recebido da justiça local a reintegração do assentamento à fazenda em que o mesmo estava instalado, podendo permanecer legalmente no local.
Tanto ela quanto as outras famílias assentadas e dirigentes do Sindicato de Trabalhadores na Agricultura local já haviam sofrido ameaças do dono da fazenda, Gilberto Miranda, registradas em Boletins de Ocorrência e em atas de denúncias feitas diretamente ao ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho. As ameaças foram testemunhadas inclusive por oficiais de justiça. O crime foi cometido dentro do assentamento, e testemunhas afirmam que o executor dos disparos foi um funcionário do fazendeiro, que há dias já rondava a região com uma arma de fogo a mostra, intimidando as famílias.
A CONTAG já trabalha diretamente com o INCRA para que o caso seja apurado pelas autoridades o mais rápido possível. O secretário de Política Agrária da CONTAG, Zenildo Xavier, acompanha pessoalmente o caso. “É o nosso papel denunciar e fazer com que esse assassino e o mandante vá para a cadeia. É inadmissível essa situação, que acontece em vários estados. Onde isso vai parar? Trabalhadores estão morrendo, outros sofrem ameaças e seus executores e ameaçadores estão ficando impunes”, declara o secretário.
FONTE: Imprensa CONTAG