Desde o início da pandemia, o estado do Amazonas acumulou 223.360 casos, com 5.960 óbitos. A doença já atingiu os 62 municípios do estado, estando 42% dos casos concentrados na capital Manaus. Durante o processo de desenvolvimento da doença no mundo e no Brasil, estudos e cientistas sempre apontaram sobre a probabilidade de uma segunda onda, inclusive alertando que esta poderia vir mais forte que a primeira. Portanto, o que está acontecendo em Manaus já era previsível, o que caberia aos gestores públicos, em especial, ao Ministério da Saúde ter apresentado um plano de ações articuladas entre os três entes federados como forma de prevenção e de combate ao avanço da doença.
O estado do Amazonas vivenciou dois grandes picos da doença, um no início da pandemia e outro a partir de 1º de janeiro de 2021, que se configurou com o aumento do número de novos casos e de óbitos ao ponto de colapsar o sistema de saúde e de toda a rede de atendimento, tendo sido agravado pelo desabastecimento de oxigênio nos hospitais de Manaus. Destaca-se que a falta de oxigênio não prejudicará somente os pacientes com Covid-19, mas também outros pacientes que necessitam do uso de oxigênio, a exemplo de bebês prematuros.
Enquanto a rede hospitalar entrava em colapso por falta de leitos e de oxigênio e pacientes morriam por asfixia, o presidente da República atribuía o elevado número de mortes no Amazonas à falta de tratamento precoce que, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, indica o uso de hidroxicloroquina e ivermectina, medicamentos estes, de eficácia não comprovada contra a doença. Por sua vez, o ministro da Saúde já tinha conhecimento do problema, pois, foi avisado da falta de oxigênio nos hospitais quatro dias antes da tragédia pelo representante do Ministério Público Federal que atua na área da saúde naquele estado.
Diante dessa situação de calamidade, a CONTAG vem expressar sua indignação frente ao descaso e negligência dos gestores públicos, mais precisamente do Ministério da Saúde, por não garantir o suprimento de oxigênio nos hospitais do estado do Amazonas. Ao mesmo tempo, se solidariza com todas as famílias que tiveram que correr atrás de cilindros de oxigênio para salvar seus familiares e àquelas que perderam seus entes queridos em razão da enorme incapacidade e falhas repetidas dos gestores públicos para gerenciar a pandemia.
Precisamos nos somar a uma grande rede de resistência e luta para denunciar os desmandos e a irresponsabilidade desse governo que insiste no negacionismo da ciência, e cuja narrativa se contrapõe à vacinação obrigatória como uma possibilidade de vencermos a pandemia. É preciso dar um basta, pois o que acontece hoje em Manaus pode ser replicado em outros estados se continuarmos a não adotar as medidas sanitárias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o uso de máscaras, higienização das mãos e uso de álcool gel, evitar aglomerações e, sobretudo, a realização de uma ampla campanha de vacinação para que, no mais curto espaço de tempo, a população brasileira esteja toda imunizada.
Afinal, a pandemia não acabou! É fundamental reforçarmos os cuidados e a nossa luta para salvarmos vidas. #FicaEmCasa #FicaNaRoça na luta contra a Covida-19.
Diretoria da CONTAG FONTE: Diretoria da CONTAG