Com um ato político no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, CUT, Força, CGTB, NCST e UGT lançaram oficialmente na manhã desta quarta-feira (7) a 4ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, que será realizada no próximo dia 5 de dezembro em Brasília. Redução da jornada de trabalho, mais e melhores empregos e fortalecimento da seguridade social e das políticas públicas são as bandeiras unitárias da mobilização deste ano, que ampliará a disputa sobre o papel do Estado, defendendo uma "política de valorização dos serviços e dos servidores públicos".
A exemplo das três primeiras marchas, quando as centrais priorizaram uma política permanente de valorização do salário mínimo, e garantiram o maior reajuste dos últimos 20 anos, Artur acredita na vitória da redução da jornada de trabalho sem redução de salário. A partir da mobilização da base, dos Sindicatos, defende, "a Marcha fará um diálogo com a sociedade sobre os aumentos de produtividade e fará com que os ganhos do capital não só sejam repartidos com os trabalhadores, com reflexos diretos na melhoria das suas condições de vida, saúde e lazer, como também ampliem a renda e a geração de novos postos de trabalho".
Artur enfatizou que a Marcha sublinhará ainda a necessidade da ratificação da Convenção 151 da OIT, que estabelece o direito de organização e de negociação no trabalho no setor público, e da Convenção 158, que barra as demissões imotivadas, o combate às terceirizações e à precarização das relações de trabalho, a luta por melhores empregos, contra o trabalho escravo e infantil, como elementos fundamentais para a valorização do trabalhador.
Quanto ao debate sobre a Previdência, o presidente da CUT ressaltou que "com a unidade das centrais, ganhamos um round importante no Fórum Nacional da Previdência, não permitindo qualquer tentativa de retirada de direitos". Agora, "na pauta da nossa IV Marcha, a defesa da Seguridade Social ganha destaque, resgatando o conceito aprovado na Constituição de 88, que é o de Previdência, Assistência Social e Saúde. É um conceito que foi sendo dilapidado e chamuscado pelos governos neoliberais".
Para Artur, a mobilização do dia 5 de dezembro será a melhor resposta que o movimento sindical pode dar à direita, que busca asfixiar suas fontes de custeio e tolher sua autonomia, como querem as emendas aprovadas pela Câmara, em contraposição ao acordo firmado com o governo para o reconhecimento das centrais. O acordo precisa ser respeitado, frisou Artur, resgatando os seus quatro pontos: "1. O reconhecimento das centrais; 2. que enquanto existir o Imposto Sindical, parte dele, os 10% da conta do Ministério do Trabalho, sejam destinados às centrais; 3. que os Sindicatos de base indicarão qual a Federação, Confederação e Central que receberá sua contribuição e 4. o compromisso das centrais de criarem novas formas de financiamento da estrutura sindical no prazo de 90 dias".
O presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva disse que a Marcha da Classe Trabalhadora representa hoje a esperança de milhões de brasileiros, que viram que a ação unificada das centrais deu resultado nos anos anteriores, abrindo caminho para novos avanços. "Faremos uma grande mobilização novamente neste final de ano, fazendo com que possamos falar e ser recebidos por quem decide", declarou.
Na avaliação do presidente da CGTB, Antonio Neto, "é para fazer que este seja o mandato do desenvolvimento, com geração de emprego e distribuição de renda, que as centrais, mais uma vez unidas e organizadas, vão colocar a massa na rua".
O secretário geral da UGT, Canindé Pegado, enfatizou que "é na unidade de ação que obtemos resultados positivos e garantiremos o sucesso das nossas bandeiras".
Segundo o presidente da NCST, José Calixto Ramos, "a 4ª Marcha apresenta uma agenda de desenvolvimento para a nação brasileira, que está virando a página de Estado mínimo, recessão e arrocho salarial ditada pelos governos neoliberais".