Passados sete anos da Chacina de Unaí, em Minas Gerais, os acusados pelo assassinato dos servidores do Ministério do Trabalho ainda não foram julgados. Atualmente, apenas os executores estão presos. Apesar do processo correr em segredo de justiça no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no estado mineiro, a expectativa é que o julgamento ocorra ainda em 2011. O presidente da Contag, Alberto Broch, se diz incomodado com essa demora e com o fato de ainda existirem registros de trabalho análogo à escravidão no País. “Esperamos que nesse ano esse caso seja totalmente esclarecido e os culpados sejam punidos também para que sirva de exemplo. Que casos como esse nunca mais aconteçam”, denuncia. Os principais suspeitos como mandantes do crime são Antério Mânica, prefeito reeleito de Unaí e um dos maiores produtores de feijão do País; Norberto Mânica, fazendeiro, irmão de Antério, também alvo de fiscalização por parte dos auditores fiscais do trabalho; e Hugo Alves Pimenta, empresário no ramo de cereais. Ao todo são nove acusados. Manifestação – Em 29 de outubro de 2009, foi sancionada a Lei nº 12.064 que criou o Dia Nacional e a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data escolhida foi 28 de janeiro, dia em que aconteceu a Chacina de Unaí. Nesse ano, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, houve uma série de manifestações em vários estados brasileiros. Em todos os atos, o objetivo principal foi cobrar a realização do julgamento e acabar com essa sensação de impunidade. O presidente da Contag também deixa o recado que a confederação não ficará de braços cruzados até que os assassinos sejam condenados. “Nós não vamos nos calar em nenhum momento enquanto não vermos esses acusados julgados”, anuncia Broch. Chacina – Há sete anos foram assassinados em Unaí, a 153 quilômetros de Brasília, os auditores fiscais do trabalho Nelson José da Silva, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e João Batista Soares Lage, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira. Até hoje, os familiares estão à espera de justiça. FONTE: Agência Contag de Notícias - Verônica Tozzi