A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA – CONTAG vem a público manifestar o seu total repúdio contra o comportamento desrespeitoso da representação patronal durante a reunião aberta ao público da Comissão Permanente Nacional Rural – CPNR, realizada em Florianópolis, Santa Catarina, no último dia 4 de abril de 2014.
A referida reunião foi idealizada para divulgar e discutir de forma pública a Norma Regulamentadora – 31 e incentivar o funcionamento das Comissões Permanentes Regionais Rurais e, naquela oportunidade, contava com a presença de diversas autoridades públicas, como o Excelentíssimo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e representantes da Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Poder Legislativo Estadual, Superintendência Regional do Trabalho e do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT). Ressalta-se, por oportuno, que além dos atores sociais citados, assistiam à reunião inúmeros trabalhadores e trabalhadoras rurais, dirigentes das entidades sindicais destes trabalhadores, assim como, diversos empregadores rurais e suas organizações.
Durante a abertura dos trabalhos, o coordenador de bancada da representação dos empregadores rurais, insatisfeito com o tempo de duração da mesa de abertura, de forma abrupta e sem demonstrar qualquer respeito com o coordenador da CPNR, o auditor fiscal João Batista, e com o Excelentíssimo ministro, decidiu por interromper o ato sob a alegação de que estaria sendo desrespeitado o caráter tripartite da reunião, visto que até aquela altura apenas os agentes de Estado haviam feito o uso da palavra.
Mesmo com o alerta dado pelo coordenador da bancada dos trabalhadores, Elias D’Angelo Borges, diretor desta CONFEDERAÇÃO, de que não concordava com aquela atitude, o coordenador da representação patronal “decidiu” pelo encerramento da mesa de abertura e, em que pese ter sido orientado por um dos membros da sua bancada de que deveria compor a mesa de forma tripartite (governo, trabalhadores e empregadores), optou por compor uma mesa exclusivamente com os empregadores afirmando, por fim, que, caso os trabalhadores quisessem, deveriam organizar a sua mesa posteriormente.
Diante do comportamento inaceitável do coordenador de bancada, não restou alternativa à representação dos trabalhadores de abandonar a reunião, principalmente porque, mesmo considerando o conflito de interesses que algumas vezes surge entre trabalhadores e empregadores, não aceita e não adota qualquer conduta que implique em desrespeito ou ofensa a qualquer empregador ou a sua entidade representativa.
A conduta descrita acima deve ser considerada ainda mais grave se for analisado o caráter público da reunião, assim como, a presença do Excelentíssimo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e outros representantes de órgãos de Estado e outras entidades presentes.
Ao longo dos seus 50 anos de história, esta Confederação sempre defendeu e lutou pelos direitos de milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Todavia, nunca compreendeu que esta luta lhe autorizasse a dispensar a decência e o respeito com os agentes de Estado e com os empregadores e suas respectivas entidades representativas, de forma que alternativa não nos resta que não REPUDIAR o comportamento da representação patronal já exaustivamente descrito acima.
FONTE: Diretoria da CONTAG