A semana passada, entre os dias 05 e 11 de novembro, foi uma das mais sangrentas para aqueles e aquelas que fazem a luta pela terra.
Além da morte das lideranças indígenas Damiana Cavanha, Guarani-Kaiowá (MS) e Tymbektodem Arara (PA), e do assassinato de Josimar da Silva Pereira, cidade de Vitória de Santo Antão (PE), cuja causa das mortes precisa ser apurada, ainda tivemos outras situações de violência.
Na sexta-feira, dia 10 de novembro, segundo informações de moradores locais, por volta das 17 horas, um grupo de 10 policiais militares e um policial penal sob o comando de um fazendeiro da região, fizeram uma tentativa de despejo ilegal na comunidade São Francisco, município de Barra do Corda (MA), durante a ação violenta praticada contra os moradores, um integrante do grupo de policiais foi morto. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, nove policiais foram presos em flagrante pelo crime de formação de milícias, sendo oito policiais militares e um policial penal. Desses, seis encontram-se recolhidos ao quartel de Barra do Corda e serão transferidos posteriormente para o quartel do Comando Geral em São Luís.
Ainda na sexta-feira, o indígena Agnaldo, da etnia Turiwara, foi assassinado a tiros dentro das terras que a empresa Agropalma diz ser dona, na divisa dos municípios do Acará com Tailândia, na região do Baixo Tocantins, nordeste paraense. Outros dois indígenas foram alvejados.
No sábado, dia 11 de novembro, foram assassinados Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros no acampamento Quilombo do Livramento, Sítio Rancho Dantas, no município de Princesa Isabel (PB).
Em todos os casos, as pessoas assassinadas eram lideranças de seus territórios e/ou buscavam a garantia do acesso à terra para as pessoas de suas comunidades.
Todas as mortes e assassinatos ocorreram na semana em que foi instalada a Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo, que foi recriada por decreto, como resposta a um dos itens da pauta da Marcha das Margaridas em agosto desse ano.
Nessa mesma semana também, em conjunto com as campanhas Contra a Violência no Campo e A Vida Por um Fio, foi realizado o Seminário Nacional de Autoproteção de Pessoas e Comunidades que elaborou um conjunto de políticas para proteção das pessoas que fazem a luta pela terra.
É necessário que os três poderes deem uma resposta rápida e efetiva para cessar o assassinato de lideranças.
BASTA DE ASSASSINATOS. QUEREMOS TERRA E DEMOCRACIA!
Diretoria da CONTAG