A história do Brasil é marcada pela luta dos homens e mulheres do campo por justiça, liberdade e melhores condições de vida e de trabalho, em episódios como os Quilombos, Canudos, Contestado, Trombas e Formoso e tantos outros movimentos do campo.
A partir da década de 1950, impedidos de se organizarem em sindicatos, os trabalhadores e trabalhadoras rurais criaram diferentes tipos de organização pelas quais passavam suas lutas, como as Ligas Camponesas, o Master, e várias associações, chegando a criar a União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (Ultab), em 1954, presidida por Lyndolpho Silva, que convocou e coordenou o 1º Congresso Nacional de Lavradores e Trabalhadores do Campo, em Belo Horizonte/MG, em 1961, reunindo 1.600 delegados(as) das diversas organizações existentes no campo.
Com a promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural, em 1963, foi permitida a organização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais em entidades sindicais, o que deu início a uma forte disputa entre a Igreja e setores de esquerda na criação de entidades por todo o país. Tentando compor as duas correntes, o Ministério do Trabalho convocou um congresso unitário para a fundação de uma confederação em nível nacional.
Em 22 de dezembro de 1963, o Congresso reuniu 29 Federações, sendo decidida a criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), que foi reconhecida oficialmente pelo Decreto Presidencial 53.517/1964, tendo Lyndolpho Silva como primeiro presidente. Desde seu início e ao longo de toda a história, a CONTAG foi marcada pela pluralidade, constituindo-se em um espaço de permanente convivência de diversas ideologias, representações regionais, manifestações culturais e sistemas produtivos. FONTE: Arquivo CONTAG