A cerimônia de comemoração dos 50 anos da CONTAG reuniu cerca de 350 pessoas no auditório do CESIR/CONTAG, em Brasília. A mesa foi composta por toda a atual diretoria da instituição, ex-dirigentes como José Francisco, Francisco Urbano e Manoel dos Santos, além do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller.
Um vídeo com depoimentos de ex-presidentes, imagens e informações de momentos marcantes da história da entidade foi transmitido para os convidados(as), que puderam assim conhecer e se emocionar com a trajetória da CONTAG. Os(as) dirigentes e representantes de todas as FETAGs foram chamados à frente do palco para receber homenagem, assim como ex-funcionários e os(as) atuais e ex-dirigentes da Confederação. Entidades parceiras, por meio de seus representantes, também foram homenageadas. A CONTAG destacou a importância do trabalho conjunto e dedicado realizado em prol da qualidade de vida e trabalho no campo e dos direitos dos trabalhadores(as) rurais.
A secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, relembrou depoimentos dados pelas mulheres que fizeram parte da diretoria da instituição durante a roda de conversa promovida de manhã. Ela ressaltou a memória de Margarida Alves, a primeira mulher a se tornar presidente de um Sindicato de Trabalhadores Rurais e afirmou: “os desafios destes 50 anos são os mesmos dos de hoje. O mais importante é se manter na luta”.
A secretária de Jovens Trabalhadores(as) Rurais da CONTAG, Mazé Morais, destacou que entre os desafios a serem enfrentados está a questão da sucessão rural e da permanência dos(as) jovens no campo. Ela afirmou que o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) é o principal instrumento de luta pela qualidade de vida na área rural, sem o qual é impossível manter os jovens no campo. “Além disso, sonhamos com a Reforma Agrária. Valorizar o campo é valorizar a juventude”, declarou a secretária, sob aplausos.
Para o diretor regional da UITA, Gerardo Iglesias, foi emocionante assistir ao vídeo onde foram mostrados as principais conquistas da CONTAG. “É um momento raro, porque eu sempre digo que a CONTAG é muito humilde. Duvido que haja outra organização que tenha feito tanto pela democracia, pela cidadania e pelos direitos dos trabalhadores(as) como esta confederação. Nossas entidades lutam juntas há 20 anos e ainda vamos lutar muito mais”, afirmou.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ressaltou a capacidade da CONTAG de combinar a luta dura e combativa com a capacidade de diálogo e negociação, que garante que inúmeros projetos, como o da agroecologia, só tenham saído do papel graças à pressão da entidade. “Saúdo também a maturidade demonstrada por meio da boa relação que a CONTAG tem com outros movimentos do campo, sempre superando diferenças em busca de um objetivo comum”, disse.
Para o ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller, a luta da CONTAG se confunde com o progresso político do País. Ele lembrou que o próprio pai já foi presidente de Sindicato de Trabalhadores Rurais e que a principal preocupação de sua mãe era a de se o marido voltaria vivo. “Essa continua a ser uma das preocupações do MSTTR, que também se compromete com um novo projeto nacional de desenvolvimento”, declarou.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, acredita que só foi possível que a CONTAG alcançasse tantas conquistas porque “gigantes como José Francisco, Francisco Urbano, Manoel dos Santos e Alberto Broch empreenderam importantes lutas pelos direitos dos trabalhadores”. O sindicalista ressaltou também a importância desse momento histórico, pois em 2013 comemora-se os 50 anos da CONTAG, os 70 anos da CLT e os 25 anos da Constituição.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas declarou que a instituição tem compromisso com a Reforma Agrária, tema que está estagnado nas discussões de Estado e que essa não é uma luta somente dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, mas de todos os trabalhadores brasileiros. “Não há desenvolvimento do País sem Reforma Agrária e com a predominância da valorização do agronegócio”.
Manoel do Santos, em nome dos ex-presidentes da CONTAG, reafirmou a importância da CONTAG nas principais lutas do País em busca de dignidade, justiça, igualdade e qualidade de vida no campo.
Ao encerrar a cerimônia, o presidente da CONTAG, Alberto Broch, agradeceu a participação de todos e fez questão de destacar a importância do trabalho dos que fizeram parte da construção da CONTAG e do MSTTR. “Ainda temos inúmeros desafios para os próximos 50 anos: a modernização do campo, o modelo de agricultura sem agricultores, a sucessão rural, a tecnologia, a preservação do meio ambiente e produção sustentável. Mas estamos dedicados à luta”, concluiu. FONTE: Imprensa CONTAG - Lívia Barreto