Depois de nove anos do crime conhecido como Massacre de Felisburgo, na madrugada da última sexta-feira (24), a Justiça de Minas Gerais condenou, mais dois envolvidos na chacina. Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza foram condenados cada um a 102 anos e seis meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e incêndio. Contudo, eles poderão recorrer em liberdade.
Em outubro de 2013, outros dois acusados foram julgados. O fazendeiro Adriano Chafik, mandante do crime, foi condenado a 115 anos de prisão, enquanto seu ex-funcionário, Washinton Agostinho, a 97 anos e seis meses. Beneficiados por liminar do STJ, ambos recorrem em liberdade das condenações por homicídio qualificado, lesão corporal, incêndio e formação de quadrilha.
O que foi o Massacre de Felisburgo: O crime ocorreu em 2004, na Fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, Vale do Jequitinhonha/ MG. Na ocasião, o acampamento Terra Prometida foi atacado. Cinco pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas. O evento também rendeu traumas físicos e psicológicos a outros acampados.
10 ANOS DA CHACINA DE UNAÍ Já nesta terça-feira, 28 de janeiro, a Chacina de Unaí completou uma década. Dos nove indiciados pelo crime, apenas três foram julgados e condenados até agora. A CONTAG reivindica, juntamente ao Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, o julgamento e condenação de todos os envolvidos no crime.
A Chacina de Unaí ocorreu na cidade de Unaí, Minas Gerais, em 28 de janeiro de 2004, quando quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram assassinados na região, durante uma fiscalização de rotina em fazendas.
A Polícia Federal afirmou ter desvendado o crime seis meses depois, com o indiciamento de envolvidos, que incluíram os irmãos Norberto e Antério Mânica, família que é uma das maiores produtoras de feijão do País. O inquérito entregue à Justiça afirmou que a motivação do crime foi o incômodo provocado pelas insistentes multas impostas pelos auditores. Nelson José da Silva seria o alvo principal. Ele já havia aplicado cerca de R$ 2 milhões em infrações à fazenda dos Mânica por descumprimento de leis trabalhistas. Ambos chegaram a ser presos, mas hoje respondem o processo em liberdade.
Também foram envolvidos os pistoleiros Erinaldo de Vasconcelos Silva (o Júnior), Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda; o contratante dos matadores, Francisco Élder Pinheiro (conhecido como “Chico Pinheiro”, já falecido) e os intermediários Humberto Ribeiro dos Santos, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro.
O primeiro julgamento aconteceu nove anos depois do crime, em 31 de agosto de 2013. Três pistoleiros contratados para a matança foram julgados e culpados por um júri popular em Belo Horizonte/MG. O segundo julgamento, de outro grupo de acusados, incluindo o dos irmãos Antério e Norberto Mânica, apontados como mandantes da chacina, estava marcado para 17 de setembro, mas não aconteceu, pois a defesa dos réus quer mudar o júri de Belo Horizonte para Unaí. FONTE: Imprensa CONTAG, com informações do Blog do Sakamoto e do jornal Brasil de Fato