A crise internacional não justifica o recuo do governo federal em limitar a compra de terras por estrangeiros. É o que afirma o secretário de Política Agrária e Meio Ambiente da Contag, Paulo de Tarso Caralo. De acordo com matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, a Advocacia Geral da União (AGU) não publicará nenhuma medida contra a aquisição de terras por estrangeiros para não restringir o investimento internacional em tempos de crise econômica.Paulo Caralo afirma que o incentivo à "estrangeirização" das terras não vai resolver a crise, mas pode piorar o problema da falta de terras para a produção de alimentos e provocar problemas sociais. "A crise internacional não é justificativa para a não limitação na compra de terras por estrangeiros. É uma desculpa associada ao medo e o governo não está pensando nas conseqüências pro futuro".Desde o primeiro semestre, a AGU promete publicar parecer limitando a compra de terras por empresas controladas por capital estrangeiro. Segundo a Folha de São Paulo, o parecer está pronto, mas o presidente Lula teme que as medidas possam ser interpretadas como um desprezo aos investimentos estrangeiros. Segundo registros do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Brasil, até o primeiro semestre desde ano, existiam 5,5 milhões de hectares de propriedade de estrangeiros, o que equivale a 33 mil imóveis. Os números são preocupantes, principalmente porque a maioria das terras adquiridas está na Amazônia. "Independentemente da crise, o governo deve colocar um limite para a entrada de recursos estrangeiros para a compra de terras", enfatiza o dirigente sindical. FONTE: Ciléia Pontes, Agência Contag de Notícias