De olho no BrasilOs contratos futuros do café arábica com vencimento em julho negociados na bolsa de Nova York subiram ontem 45 pontos, encerrando o dia cotados a US$ 1,377 por libra-peso. O resultado reverteu as quedas do início do dia, motivadas pela valorização do dólar, e configurou a quarta alta em cinco pregões. Segundo Julio Sera, trader da Hencorp Futures, de Miami, os preços estão oscilando entre US$ 1,35 e US$ 1,40 devido à falta de notícias sobre oferta e demanda. Mas brokers ouvidos pela Reuters disseram que o mercado opera com sinais mistos, como a expectativa de geada no Brasil, que pode afetar a maior produção mundial do grão. No mercado interno, a saca de do café fechou a R$ 259,70, com alta de 1,31%, segundo o Cepea/Esalq. No mês, a commodity acumula alta de 1,74%.
Vendas especulativasAs vendas especulativas puxaram nova baixa da cotação do algodão no mercado futuro, segundo analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires. As vendas ocorrem em um momento de relativa fraqueza das commodities e também por um prognóstico de dólar mais fortalecido na comparação com outras moedas. Nos fundamentos, chuvas nas regiões produtoras dos EUA têm atrasado o plantio, segundo os analistas. Em Nova York, os contratos com vencimento em julho recuaram 91 pontos, para 69,99 centavos de dólar por libra-peso. Os papeís para outubro caíram 89 pontos, para 75,63 por libra-peso. No mercado doméstico, o algodão recuou 0,21%, para R$ 1,2964 por libra-peso, de acordo com o índice Cepea/Esalq. No mês, o preço da saca já acumula declínio de 1,09%.
Quarta queda Os contratos futuros do milho caíram pelo quarto pregão consecutivo ontem. Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o movimento se deveu a especulações de que o tempo mais seco no Meio-Oeste americano deve acelerar o plantio no país. Segundo o serviço meteorológico dos Estados Unidos, não choverá na região nos próximos cinco dias e por 15 dias o tempo ficará mais seco que o normal na região. É uma boa notícia para os agricultores do país, que amargaram nas semanas anteriores fortes chuvas, o que atrasou o plantio do grão. Na bolsa de Chicago, os papéis com vencimento em julho recuaram 11 centavos de dólar, para US$ 5,9625 por bushel. No mercado interno, a saca de 60 quilos do milho fechou a R$ 28,12, com queda de 0,85%, segundo o indicador Esalq/BM&F.
Compras adiadas À espera do plantio da safra americana, os importadores de trigo têm adiado as compras da commodity, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Esse movimento puxou a forte baixa da cotação da commodity, que desceu ontem a seu patamar mais baixo em seis meses. Na bolsa de Chicago, os contratos de trigo com vencimento em julho caíram 31,75 centavos de dólar, para US$ 7,64 por bushel. Em Kansas, os papéis que também vencem em julho recuaram 24,25 centavos de dólar, para US$ 8,11 por bushel. Maior exportador mundial da commodity, os EUA começarão a plantar trigo no próximo mês. No mercado paranaense, o preço da saca de 60 quilos subiu 0,1% e encerrou negociado, na média, por R$ 41,99, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral).
FONTE: Valor Econômico - 15/05/2008