Demanda menor A expectativa de que os altos preços do barril do petróleo e dos fretes vão desencorajar a demanda global pelo açúcar fez os preços da commodity negociada no mercado americano recuarem ontem. "Os fundamentos estão muito frágeis: não temos uma demanda sólida por açúcar que possa sustentar o mercado", afirmou à Bloomberg o trader Alexandre Oliveira, da Newedge USA LLC, de Nova York. Assim, os contratos para entrega em julho caíram 60 pontos - ou 5,8% - na bolsa de Nova York e encerraram o dia cotados a 9,71 centavos de dólar por libra-peso. Foi a maior queda desde 17 de março. O açúcar já acumula perdas de 10% este ano, reflexo da oferta maior que a demanda. Brasil e Índia elevaram suas produções de cana-de-açúcar para atender ao mercado de etanol.
Dólar derruba Os preços futuros do café atingiram ontem o menor preço em uma semana na bolsa de Nova York, na medida em que a valorização do dólar arrefeceu a demanda pelas commodities, procuradas pelos investidores como forma de proteção contra a inflação. O dólar se fortaleceu após a declaração do presidente do Fed, Ben Bernanke, de que os juros nos EUA estão "bem posicionados" para promover expansão e estabilidade dos preços. "Bernanke sinalizou um dólar mais forte e isso derrubou as commodities", disse à Bloomberg Jaime Menahem, da Alaron Trading, de Miami. Os papéis para julho caíram 485 pontos e fecharam a US$ 1,325 por libra-peso. No mercado doméstico, a saca de 60 quilos do café ficou em R$ 249,35, com queda de 2,73%, segundo o Cepea/Esalq.
Investigação nos EUA O preço do milho fechou em baixa ontem sob o impacto da investigação do governo americano sobre as negociações nos mercados futuros, que pode levar à mudança das regras nesse mercado e limitar a atuação de fundos especulativos. A Commodity Futures Trading Commission informou ontem que vai requerer mais informações sobre os negociadores de índices nos mercados de commodities agrícolas. Há suspeita de manipulação de preços em alguns mercados futuros. Na bolsa de Chicago, os contratos de milho com vencimento em setembro recuaram 7,75 centavos de dólar, para US$ 6,2125 por bushel. No mercado interno, o preço da saca de 60 quilos ficou praticamente inalterado. A alta de 0,01% levou o preço para R$ 25,62, segundo o índice Esalq/BM&F.
Chuva na Austrália As chuvas finalmente chegaram às regiões produtoras de trigo na Austrália, o que devolveu a expectativa de bom desenvolvimento das plantas e foi creditado como fator principal para a queda do preço da commodity ontem. Em Nova Gales do Sul, segundo maior Estado produtor de trigo da Austrália, por exemplo, foram registrados 40 milímetros de chuvas. Na bolsa de Chicago, os contratos de trigo com vencimento em setembro recuaram 31,75 centavos de dólar, para US$ 7,67 por bushel. Em Kansas, a queda dos papéis para setembro foi de 32,50 cents, para US$ 8,0250 por bushel. No mercado paranaense, a saca de 60 quilos encerrou negociada, na média, por R$ 41,86, alta de 0,36%, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral). FONTE: Valor Econômico - 04/06/2008