Baixa demanda global O excesso de matéria-prima no Brasil e a baixa demanda por açúcar no mercado internacional pressionaram os preços futuros da commodity ontem. Em Nova York, os contratos para outubro fecharam a 10,99 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 20 pontos. Na bolsa de Londres, os contratos para outubro encerraram o dia a US$ 323,10 a tonelada, com baixa de US$ 5,30. Analistas de mercado afirmam que os baixos negócios no mercado físico também ajudaram a tirar o suporte das cotações. Em São Paulo, a saca de 50 quilos fechou a R$ 26,15, segundo o índice Cepea/Esalq. A colheita de cana no centro-sul deverá bater novo recorde, de cerca de 500 milhões de toneladas na nova safra, a 2008/09, que teve início em abril.
Indústrias compram Sinais de aumento das encomendas de café por investidores e também pelas indústrias processadoras puxaram a alta da cotação da commodity ontem. O anúncio de que a produção brasileira na safra que começa em julho deverá ser 36% superior que a safra 2007/08 puxou queda de 3,5% no preço na terça-feira e 0,7% no início dos negócios ontem. As baixas motivaram as compras, disseram analistas à Bloomberg. Em Nova York, os contratos de arábica com vencimento em setembro subiram 25 pontos, para US$ 1,3515 por libra-peso. Em Londres, os papéis de robusta também para setembro, por sua vez, caíram US$ 9, a US$ 2.215 por tonelada. No mercado paulista, o preço da saca de 60 quilos encerrou com alta de 0,61%, a R$ 250,88, segundo o índice Cepea/Esalq.
Dólar fortalecido A alta do dólar em relação à libra esterlina e outras moedas foi creditada ontem como a principal responsável pela queda do preço do cacau, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Um dólar fortalecido torna menos atrativas as commodities agrícolas negociadas em Nova York. "O dólar está em alta e isso tende a pressionar as commodities, entre elas o cacau", disse Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group, em Chicago. Em Nova York, os contratos de cacau para setembro caíram US$ 11, para US$ 2.808 por tonelada. Em Londres, os papéis para setembro recuaram 4 libras esterlinas, para 1.501 libras por tonelada. Em Ilhéus e Itabuna, a arroba foi negociada, na média, por R$ 73,50, segundo a Central Nacional de Produtores de Cacau (CNPC).
Ameaça de furacão Os preços futuros do suco de laranja fecharam com ligeira queda ontem, no mercado internacional. Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o mercado foi guiado por notícias de que furacões podem atingir os pomares de laranja da Flórida, maior produtor da fruta dos EUA, e reduzir a oferta da matéria-prima. Os furacões afetaram fortemente as regiões produtoras de laranja nos EUA entre 2004 e 2005. Na bolsa de Nova York, os contratos para setembro encerraram o dia a US$ 1,15 a libra-peso, recuo de 10 pontos. Os produtores americanos estimam uma colheita de 168,5 milhões de caixas de laranja, 30% acima em relação ao ciclo anterior. Em São Paulo, a caixa de 40,8 quilos para as indústrias fechou a R$ 8,29, segundo o índice Cepea/Esalq.
FONTE: Valor Econômico - 05/06/2008