Durante a reunião ordinária da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE), realizada em Brasília no dia 14 de outubro, e com a presença da Rel-UITA, o secretário de Assalariados Rurais da Contag, Elías D’Angelo Borges, apresentou a agenda de trabalho que a Confederação junto à OIT começou a implementar na luta contra o trabalho escravo. Como indicado pelo dirigente, a Contag visa a implementar ações eficientes no combate ao trabalho escravo, consciente das dificuldades existentes para levá-las a cabo. “Estamos tentamos envolver os vários sindicatos e federações com o objetivo de melhorar o alcance desta tarefa, não só no momento do resgate dos trabalhadores, mas também depois disso”, disse. O acordo-quadro com a OIT está precisamente destinado a aumentar a participação dos sindicatos no combate ao trabalho escravo, formando seus dirigentes para serem capazes de identificar e denunciar situações análogas à escravidão e acompanhar os trabalhadores vítimas dessas situações. D’Angelo explicou que este trabalho conjunto consta de duas etapas. “A primeira foi a realização de uma oficina nacional, com delegados sindicais provenientes de todo o país, onde foram discutidos métodos e ações para o combate ao trabalho escravo. Em uma segunda etapa, foram feitas quatro oficinas regionais naqueles locais onde há uma maior incidência de trabalho escravo”. Cada oficina terá três dias de duração. Uma das oficinas será feita na última semana de janeiro em Codó, no estado do Maranhão, durante a semana da luta contra o trabalho escravo. “O prefeito nos cedeu um lugar para realizarmos a oficina, com a condição de não podermos mencionar a terminologia trabalho escravo, coisa que não aceitamos”, afirmou. As demais oficinas serão feitas no Pará, na Bahia e no Piauí. “A presença da CONTATRAE seria de grande importância simbólica para a Contag”, destacou. A Confederação está elaborando por outro lado um site dos assalariados rurais, onde será aberto um canal de denúncia sobre trabalho escravo. Neste site, qualquer pessoa poderá realizar uma denúncia. Cada denúncia será analisada posteriormente não só pela equipe da Contag, mas também pela OIT e pelo Ministério do Trabalho. Para este trabalho, sabemos que contamos com o apoio da Rel-UITA dando visibilidade internacional ao flagelo do trabalho escravo no Brasil. O objetivo de todo este esforço é combater não só o trabalho escravo, mas também a informalidade muito frequente no setor rural. FONTE: Rel-UITA - Tradução de Luciana Gaffrée