A reunião do Coletivo Nacional de Política Agrária, realizada em 26 e 27 de março, na CONTAG, em Brasília, e que contou com a presença de representantes de 26 Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs), foi aberta com uma análise de conjuntura agrária feita pelo secretário de Política Agrária, Willian Clementino, e complementada pelos dirigentes dos estados. "Este foi um momento muito rico, com reflexões que demonstram que a reforma agrária está enfraquecida na agenda política do governo, o que traz grandes desafios para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR)", avalia.
Foi este cenário que norteou os debates seguintes, como a realização do Grito da Terra Brasil (GTB) e da Mobilização Nacional Pela Reforma Agrária juntamente com as outras organizações sociais do campo.
No primeiro dia da reunião, o grupo pode dialogar com o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda, sobre os principais desafios pautados para a política de reforma agrária brasileira. Também houve a participação do secretário de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SRA/MDA), Adhemar Almeida, que trouxe o debate sobre o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e a participação do MSTTR. "Depois disso, fizemos uma reflexão sobre os nossos reais desafios e chegamos à conclusão de que é necessário fortalecer nossas mobilizações para afirmar o papel da reforma agrária no país e buscar a adesão da sociedade", informou o dirigente.
Com esse debate durante os dois dias, o grupo concluiu que é preciso externalizar esse tema e que a expectativa é de avançar nas negociações do GTB. "Por isso, o tom da nossa Mobilização Nacional pela Reforma Agrária vai depender da resposta do governo às pautas da CONTAG e das demais organizações que lutam pela terra. Se a resposta não for satisfatória com relação à reforma agrária, nós vamos às ruas de forma unificada, com muita determinação e vamos fazer o enfrentamento ao poder público para afirmar a reforma agrária e o desenvolvimento rural sustentável e solidário", alerta Clementino. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi