Fotos: Rafael Fernandes
Olha Brasília está florida, estão chegando as decididas! Olha Brasília está florida, é o querer, é o querer das Margaridas! E as Margaridas já chegaram em Brasília!
Com uma ciranda no campo da CONTAG, as Margaridas trabalhadoras rurais fizeram a mística de abertura da 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, que acontece em Brasília/DF, de 8 a 11 de novembro de 2016, com a presença de mais de 400 mulheres de todo o País.
Depois desse momento da ciranda, as mulheres saíram em cortejo até o auditório principal da CONTAG, onde ocorreu a abertura política da Plenária, com a participação da Diretoria da CONTAG, da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR), de representantes das centrais sindicais CUT e CTB, das organizações parceiras da Marcha das Margaridas, e das demais participantes da 6ª Plenária, que são dirigentes das Federações e Sindicatos e de trabalhadoras assalariadas rurais.
Com uma calorosa saudação, a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas, iniciou as falas políticas e destacou que 18% das participantes da Plenária são mulheres jovens, 18% são de mulheres da terceira idade e idosas e valorizou a presença de mulheres assalariadas. “Essa plenária faz uma grande diferença na vida de todas nós e todas que estão aqui foram escolhidas a dedo, pois com a nossa decisão de fazer a plenária aqui no Cesir trouxe um enorme desafio de limitar as vagas. Também destaco a importância desse momento da 6ª Plenária para discutir, debater e avaliar os desdobramentos para o rumo daquilo que vamos pautar na organização e luta das mulheres. Portanto, não é um momento apenas de debate olhando para o interno do MSTTR. E sim olhando para a nossa trajetória ‘de onde viemos’, ‘onde estamos’ e ‘para onde vamos’”, destacou Alessandra.
A secretária de Mulheres ressaltou ainda o tema da Paridade de gênero no MSTTR. Para nós, o 12º Congresso da CONTAG será o espaço que implementará a Paridade. Portanto, para além de todos os debates, o 12º CNTTR será ‘O CONGRESSO’, e não pela disputa por espaço, mas pela construção de um outro mundo, que tenha como premissa a luta pela igualdade. O debate não é numérico, é político. É um compromisso que precisa ser institucional.”
Outro destaque no discurso da dirigente da CONTAG foi quanto ao cenário político nacional. “Essa plenária também acontece em um momento desafiador frente à conjuntura política no País. Para nós, Margaridas de coração valente, é um momento que nos reencontramos depois de ir às ruas e mostrar que temos lado, que não compactuamos com o golpe. Dói a cada uma de nós, não só com o que fizeram com Dilma, mas com o preconceito com a participação política das mulheres. A Marcha das Margaridas tem um papel forte de resistência. Nós continuaremos em luta demarcando esse lugar que é nosso!”, conclamou Alessandra.
A secretária de Mulheres da CUT, Juneia Martins Batista, destacou impactos com a aprovação da PEC 55 (ex PEC 241) e com as reformas da previdência e trabalhista para a classe trabalhadora e, em especial, para as mulheres. “Não será fácil! Temos que nos unir e exigir nenhum direito a menos!”
A secretária de Mulheres da CTB, Ivânia Pereira, reconheceu que a categoria trabalhadora rural faz a diferença para o nosso País, referindo-se ao fato de que as políticas públicas construídas nos governos populares tiveram um olhar especial para o campo. “Estaremos juntas porque a luta nesse momento não é mais apenas uma luta por políticas públicas, é uma luta por salvação nacional e por democracia.”
A secretária de Finanças e Administração da CONTAR, Divina Rosa da Cruz, falou da importância da luta das mulheres e disse que a CONTAR já foi criada com a cota de 30%. “Temos também que dar visibilidade às mulheres assalariadas rurais e as mulheres agricultoras familiares e assalariadas devem se unir na luta.” Maria Angela, representante do MMTR-NE, que falou em nome de todas as organizações parceiras, disse que, mesmo diante das dificuldades que já estamos enfrentando, o Temer não tirará de nós, mulheres, a fé e a certeza e que juntas venceremos.
“Prefiro morrer lutando do que morrer de fome” (frase de Margarida Alves). Foi assim que o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Willian Clementino, começou o seu discurso para as Margaridas de todo o País. “Vocês constroem diariamente na nossa base e no nosso movimento a igualdade de gênero no campo. Essa plenária será um marco no MSTTR e no Brasil, pois acontece em um período de desconstrução”, disse referindo-se ao processo de impeachment da presidenta Dilma e adoção de medidas retrógradas por parte do governo ilegítimo de Michel Temer. Willian também relembrou que foi de uma plenária de mulheres que surgiu a proposta de criação da Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC), que nesse ano completou 10 anos. “E a maioria das mulheres aqui presentes já passaram por processos formativos da ENFOC, seja nas instâncias nacional, regional ou estadual.”
SOBRE A 6ª PLENÁRIA NACIONAL DE MULHERES Com o lema “Margaridas Trabalhadoras Rurais por Paridade rumo à Igualdade: a luta é todo dia!”, as mulheres trabalhadoras rurais fortalecem a sua preparação para o 12º Congresso Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12º CNTTR), que ocorrerá em março de 2017. Esse processo de preparação para a Plenária Nacional e para o 12º CNTTR foi iniciado com a realização das Plenárias Regionais de Mulheres, onde puderam dialogar e debater os temas centrais do MSTTR.
Como a plenária tem caráter político, avaliativo e propositivo, durante os próximos quatro dias as mulheres aprofundarão o debate sobre a organização das trabalhadoras rurais para fortalecer a luta. O objetivo geral é fortalecer a luta e a organização das mulheres trabalhadoras rurais, reafirmando a sua estratégia política de participação no MSTTR e na sociedade, bem como de contribuir para a atuação político-sindical das mulheres no 12º CNTTR.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi