O secretário de Política Agrária e Meio Ambiente da Contag, Paulo Caralo, afirmou ontem (9) que o fortalecimento dos povos da floresta poderia reverter os índices de desmatamento da Amazônia. Segundo ele, a agricultura familiar e o uso sustentável de recursos florestais poderiam ajudar na preservação da floresta. A afirmação foi feita na audiência pública realizada na Câmara dos Deputados para debater o desmatamento na Amazônia, que ocorreu nesta terça-feira.
Paulo Caralo aproveitou a ocasião para cobrar do Ministério da Agricultura a atualização dos índices de produtividade no País. Os últimos números são da década de 70 e na avaliação do dirigente sindical, é possível reduzir a pressão sobre a floresta, produzindo mais em outras regiões.
O dirigente da Contag disse ainda que a regulamentação fundiária é fundamental para conter o desmatamento. Para ele, quem é grileiro, tem que ser expulso e apenas com a presença maior do Estado e com punição severa dos infratores, será possível reverter os índices de desmatamento.
Assentamentos - O diretor de Programas do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Raimundo Lima, disse na audiência pública que no ano de 2007 houve queda nas taxas de desmatamento em áreas de assentamento. Ele explicou também que há dificuldades em fazer licenciamento ambiental em assentamentos porque cada estado tem um processo diferente.
Além da Contag e Incra, participaram da reunião a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o diretor do Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara e o presidente da Comissão Nacional para Assuntos da Amazônia Legal da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Carlos Fernandes Xavier.
A audiência pública que discutiu o desmatamento da Amazônia foi organizadas pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. FONTE: Agência Câmara