A Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça realizou na tarde desta quarta (16 de maio), no Plenário da Câmara dos Deputados, uma audiência pública para debater a repressão política aos camponeses no período da ditadura militar. Na ocasião também foi lançado o livro "Retrato da Repressão Política no Campo - Brasil 1962 a 1985: Camponeses Torturados, Mortos e Desaparecidos". A audiência foi uma iniciativa do deputado Domingos Dutra (PT), presidente da Comissão de Minorias da Câmara dos Deputados, através do requerimento de número 66/2012, com o objetivo de fortalecer o debate em torno dos mortos no campo brasileiro, excluídos da Comissão da Verdade (presidida pela deputada Luiza Erundina). Francisco Urbano, ex-presidente da CONTAG, esteve na audiência e considera extraordinária a iniciativa de resgate dessa memória: "A juventude e a academia precisam saber dessa parcela omitida da história. A luta camponesa não é apenas das lideranças sindicais de hoje. Existe uma história de luta e de resistência da CONTAG e de suas federações”. Para ele, é preciso que a sociedade saiba o tamanho da crueldade feita aos camponeses brasileiros e o que ainda se faz com as comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas e ribeirinhas). “A história foi muito mal contada. O camponês não é violento, mas sim uma vítima da violência”, registra Urbano. Entre os expositores, Gilney Viana, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Antônio Canuto, da Comissão Pastoral da Terra; Manoel da Conceição Santos, ex-militante da Ação Popular e militante em Direitos Humanos; Antônio Escrivão Filho, representante da ONG Terra de Direitos e Moacir Gracindo Soares Palmeira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do livro lançado. FONTE: Imprensa Contag - Maria do Carmo de Andrade Lima