Com a seca prejudicando milhares de famílias na região semiárida do Brasil, a população se mobiliza em busca de atenção do governo. A CONTAG, as Federações dos nove estados do Nordeste, Sindicatos de Trabalhadores Rurais da região, centrais sindicais (CUT e CTB), movimentos sociais, organizações da sociedade civil, famílias agricultoras e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com quase todos os bispos do Nordeste, se reuniram hoje (20), em Recife – PE, para um ato de entrega de um documento denominado “Diretrizes para a Convivência com o Semiárido – Uma contribuição da sociedade civil para a construção de políticas públicas” para autoridades governamentais e do Poder Legislativo nos níveis municipais, estadual e federal. O Ministério do Desenvolvimento Agrário também esteve presente, através de articulação da CONTAG, representado pelo coordendor de Convivência com o Semiárido, Jerônimo Souza. O documento apresenta 88 diretrizes voltadas para ações preparatórias para as épocas de seca e desenvolvimento do campo. Essas diretrizes foram pensadas por aqueles que convivem ou estão ligados diretamente às situações geradas pela falta de água. Ele é também uma convocação para que os setores da sociedade e do governo não pensem na região semiárida apenas em tempos de seca. Para Alberto Broch, presidente da CONTAG, que compareceu ao ato, o assunto deve ser discutido e receber muita atenção do governo. “A seca deve ser tratada com muita seriedade, pois ela dá sinais de continuidade, podendo se estender por muito tempo, agravando a vida de quem vive no semiárido. Isso exigirá do governo medidas fortes de apoio às famílias”. O secretário de Finanças e Administração da CONTAG, Aristides Santos, também esteve presente, representando a Confederação, e apoia a iniciativa. “Há uma previsão de que as dificuldades dos sertanejos continuarão. Por conta disso, a CONTAG, Federações e outros movimentos sindicais parceiros apresentam um conjunto de diretrizes para a tomada de providências, em prol de melhorias para amenizar os impactos. São medidas emergenciais e estruturantes, que vão desde manutenção dos programas sociais a uma maior intervenção para construção de poços, açudes, barragens, e avanços de obras para chegar água”, explica. A secretária de Jovens Trabalhadores(as) Rurais, Elenice Anastácio, também representou a CONTAG, e opinou sobre as diretrizes propostas.“Nos não podemos mudar o fenômeno climático, então nos unimos para criar propostas para viver nesse espaço com dignidade. As propostas apresentadas vem sendo construídas ao longo dos anos, mas foram pouco valorizadas. Só se trata da convivência com o semiárido no momento da seca, agindo em cima da hora, quando e necessário investimento em políticas publicas de antecipação.Isso influencia a todas as pessoas do semiárido, especialmente no campo e principalmente a juventude, que quer renda e trabalho para sustentar sua família”, argumenta. O objetivo de entregar o documento de diretrizes para os representantes do governo municipal, estadual e federal foi cumprido. A CONTAG faz uma boa avaliação do ato. "Esta é uma grande retomada das ações permanentes do semiárido", diz Alberto Broch, " A CONTAG fará parte da formação do quorum permanente do semiárido para a negociação e acompanhamento das ações aqui apresentadas", finaliza. Assinam o documento: Arquidiocese de Olinda e Recife, CONTAG, Federações dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura dos nove estados do Nordeste, Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, CUT/PE, ASA Brasil, Cáritas NE2, Centro Sabiá, Instituto Cidadania do Nordeste, CPT e MST. O deputado Manoel Santos, de Pernambuco, apoia a iniciativa. FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila