“Comida estragada, trabalhadores machucados no serviço, transportes sucateados... Retratos do trabalho escravo, que enriquecem ainda mais o agronegócio brasileiro. Isso é uma vergonha!” A fala de denúncia do secretário de Assalariados (as) da CONTAG, Elias D’Angelo Borges, é apenas um pouco de sentimento de revolta de todos e todas que lutam por dignidade para o assalariamento rural no Brasil e no Mundo. Para evidenciar ainda mais essa reflexão, a CONTAG, Federações e Sindicatos filiados, juntamente com a CONTAR, suas Federações e Sindicatos, aproveitam o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado em 28 de janeiro, para dialogar diretamente com a base, a sociedade em geral, órgãos públicos, a imprensa, o judiciário, entre outros segmentos, sobre esse crime cometido contra a humanidade.
Uma dessas ações é a Assembleia Estadual dos (as) dirigentes sindicais do setor da cana do Goiás, que acontece em Anápolis/GO, com a presença de representantes de aproximadamente 40 sindicatos do estado, que elaboram a pauta de negociação 2016 com o patronato e discutem a realização de Seminários para o MSTTR sobre estratégias nos Acordos e Convenções Trabalhistas. “A ação é uma demonstração clara de como MSTTR através do seu processo de organização conseguiu fortalecer a luta por direitos dos assalariados (as) rurais e proximidade com a base. Por exemplo: quando vão representantes de dez sindicatos com uma única cláusula, a ação é mais efetiva, pois a negociação coletiva traz reivindicações que valem para assalariados do norte e do sul do estado ao mesmo tempo, ou seja, de forma integrada”, destaca Elias D’Angelo. As ações do MSTTR têm sido fundamentais na aproximação, acompanhamento e conscientização dos trabalhadores assalariados (as) rurais. Porém ainda há muitos desafios pela frente. “No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, ainda temos muitos desafios a enfrentar para erradicar esse crime no Brasil. Necessitamos de um nível de consciência dos trabalhadores (as) para que eles não se submetam e não admitam isso. Porém, na maioria das vezes, esses trabalhadores escravos são em sua maioria: pobres, analfabetos ou semianalfabetos, que muitas vezes são aliciados com propostas ilusórias. Assim, precisamos pressionar para que políticas públicas cheguem até eles (as), como: emprego perto de casa, transporte, habitação, entre outros meios de sobrevivência para suas famílias, senão eles (as) acabam voltando à escravidão”, alerta Elias. O Dia Nacional de Combate ao Trabalho, 28 de janeiro, também é uma oportunidade de lembrar que a violência ainda impera nos grandes latifúndios do campo brasileiro. “Refletir sobre o dia 28 de janeiro é lembrar que foi nessa data que aconteceu a chacina de Unaí, com o bárbaro assassinato de três auditores fiscais do Trabalho e de um motorista do então Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que investigavam e combatiam na região: o trabalho escravo” lembra o secretário de Assalariados (as) Rurais da CONTAG. Trabalhe para viver e não viva só para trabalhar O alto consumo de drogas por assalariados (as) escravos é outra preocupação da CONTAG. Tal prática acontece porque, para ter mais remuneração, os trabalhadores assalariados (as) se submetem a aumentar a produtividade, gerando assim mais lucro para as empresas. Porém, para suportar tamanha carga, os trabalhadores (as) têm muitas vezes que consumir determinadas drogas, para que o corpo suporte a carga pesada, abreviando assim sua capacidade de trabalho para 10 à15 anos, devido os problemas de saúde. Denúncia O secretário de Assalariados (as) da CONTAG aproveita para lembrar que o conjunto do MSTTR, precisa saber identificar e fazer o procedimento correto de denúncia, para assim encaminhar ao Ministério do Trabalho e Emprego, informações que possam levar a punição dos culpados (as). Para facilitar a denúncia a CONTAG já disponibilizar no seu Portal dos Assalariados (as) um CANAL DE DENÚNCIA. Conheça AQUI! FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes