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RIO GRANDE DO SUL
Assalariados (as) rurais têm Federação própria
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27 de Novembro de 2015



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Coincidência ou não, 52 anos depois, a história se repete: a partir da reunião de oito Sindicatos de Trabalhadores Rurais, surge uma Federação. Se em outubro de 1963, era criada a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, Fetag-RS, hoje, dia 27, foi fundada a Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais no Rio Grande do Sul – Fetar-RS, a partir da união dos STR's de Bagé, Vacaria, São Borja, Arroio Grande, Santa Vitória do Palmar, Itaqui, Santana do Livramento e Uruguaiana. Uma letrinha na sigla e uma palavra no nome distinguem, definitivamente, os homens e as mulheres trabalhadores e trabalhadoras rurais em agricultores familiares e assalariados rurais. Estes últimos totalizam 160 mil pessoas no Estado. À frente da Fetar-RS, Nelson Wild, vice-presidente da Fetag que, até o final de fevereiro de 2016, acumula as duas funções para, a partir de março, dedicar-se à organização da nova federação. Numa programação que começou às 9 horas com a apresentação da história dos assalariados rurais e painel com Antônio Lucas Filho, presidente da Confederação dos Trabalhadores Assalariados Rurais - Contar, criada em 31 de outubro, em assembleia geral no Auditório Ari Griebler, da Fetag, foi fundada a Fetar-RS. A cerimônia foi conduzida pela assessora jurídica, Elaine Dillenburg e a música, bonita e emocionante, ficou por conta de Sharle Capeletti, assessor de Política Agrária, e Nando Mattia, assessor de Formação.

A fala do presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, repercutiu nos comentários dos que falaram depois. Joel disse que as duas federações trabalhar visando o bem-estar dos trabalhadores rurais, sejam eles agricultores familiares ou assalariados rurais. E que o momento não é de racha e sim de construção. Na fala de Nelson Wild, o reconhecimento ao pioneirismo de Rui Campos, numa retomada histórica da organização dos assalariados rurais no Estado. Ele volta a 1985, no STR de Bagé, quando mais de 600 trabalhadores rurais realizaram a 1ª Convenção Coletiva de Trabalho. A semente germinou e espalhou-se para outros sindicatos da Regional Fronteira, num primeiro momento, e depois para outras regionais da Fetag que, atenta às demandas desses trabalhadores, criou, no início da década de 90, o Departamento de Assalariados Rurais. Wild, que é natural de Bagé, veio para a Federação naquele momento e, desde então, é o diretor responsável pelo setor. Ele conta que, ao longo dos anos, milhares de trabalhadores assalariados rurais foram tirados da informalidade, tendo acesso a saúde, segurança, redução nos descontos de alimentação e habitação, resultando na melhoria da qualidade de vida. E assegura que a experiência acumulada no trato com essa questão ao longo dos últimos 30 anos lhe dá segurança para conduzir a nova entidade. De olho no futuro e na solidificação da Fetar, o dirigente diz que a ideia, nas regiões em que o trabalho assalariado seja preponderante, é de que haja sindicatos específicos. Wild defende uma ação mais próxima e, para isso, destaca a importância da sindicalização, que os assalariados rurais filiem-se aos sindicatos. Nelson falou ainda da questão estrutural, como os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e o dia a dia, exemplificando a tentativa de precarização dos direitos dos trabalhadores. “A Fetar terá uma bandeira de luta forte: combater a precarização dos direitos, terceirização e qualquer forma de flexibilização de legislação trabalhista e previdenciária”. Outro ponto fundamental, diz Wild, é a autossustentação da nova federação. “Queremos uma contribuição que venha do trabalhador e não do governo”, completa, assegurando que o trabalho inicial será de organização e formalização, numa agenda que garanta avanços para os assalariados rurais gaúchos. FALAS Antônio Lucas Filho, presidente da Confederação dos Trabalhadores Assalariados Rurais - Contar: “O trabalho é o mesmo, por exemplo, o corte de cana. É sempre igual, é uma técnica. Por que fazer inúmeras convenções coletivas? O patrão é o mesmo! Vamos tentar junto todo mundo, em vez de falar a minha, a gente fala a nossa (convenção) sem disputa com o sindicato vizinho. Os assalariados vão se ver como categoria”. “A organização dos assalariados rurais passa por dentro do sindicato, conduzidos por lideranças. Temos desafios terríveis até consolidar a Contar. O Rio Grande do Sul tem o registro, é um exemplo a ser seguido”. Eloy Leon dos Santos, assessor do Departamento de Assalariados Rurais: “Em 1994 tínhamos 16 convenções coletivas. Muitas vezes, dobramos o salário dos empregados e reduzimos os descontos. Fui empregado rural, desde os 13 anos, o horário de trabalho era o sol quem ditava e, no fim, o patrão pagava o que queria”. Sandra Wagner, presidente do Instituto de Formação Irmão Miguel – IFSIM: “O Instituto está à disposição para cursos de formação de assalariados rurais”. Juarez da Rosa Cândido, presidente da Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar – Coohaf: “Não é um rompimento, é uma união de forças. Coloco a Coohaf à disposição dos assalariados rurais, nosso estatuto está adequado para trabalhar com os assalariados rurais também”. Juraci Souto, diretor de Formação da Contag: “Hoje foi dado um grande passo. A fala do Joel me impressionou quando disse que é uma união de dois segmentos importantes. O ato da Federação do RS quebrou muitas resistências. A Contag, a exemplo do IFSIM, quer apresentar uma proposta de formação para os assalariados rurais, numa dinâmica diferenciada, que possibilite a sua participação”. Sérgio de Miranda, vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil: “A luta pelo piso regional é uma luta dos assalariados rurais. Aguardamos o envio do projeto do Governo para a Assembleia Legislativa, mas queremos a proposta que os trabalhadores apresentaram. A CTB abre os braços para a Fetar, vamos inclusive encaminhar a ficha de filiação nos próximos dias”. (risos) Ezídio Pinheiro, ex-presidente da Fetag-RS: “O Rui foi um herói do movimento sindical. Ele dizia que a negociação era a briga do tostão contra o milhão. No início, os patrões levavam os capatazes para as reuniões. Que bom que a lei mudou e permitiu que fosse criada a Federação dos Assalariados Rurais. Porque são categorias diferentes. Há interesses diferentes. Junto se fez muito, mas separado serão muito mais avanços. Cheguei atrasado para a composição dessa diretoria, mas ainda há outra se formando...” (risos) Anselmo Piovesan, chefe de gabinete do deputado federal Heitor Schuch: “O Rui me acolheu quando cheguei à Fetag, dizia que a política agrícola tinha que trabalhar junto com os assalariados rurais. Vai ter momentos de dificuldade, mas haverá momentos antagônicos porque às vezes o agricultor familiar é o empregador. É um desafio”. Elton Weber, deputado estadual: “É uma alegria participar da fundação da Fetar, porque participei de diversos passos que trouxeram até esse momento. Agora são duas federações, duas casas dos trabalhadores rurais no Estado”. Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag: “A Fetag e a Fetar deram o passo certo. Os nossos colegas do Paraná disseram, anteriormente, que estávamos dividindo o movimento sindical. Mas a pedido do Alberto Broch, garantimos as duas categorias, com sabedoria; O Nelson tem a capacidade e o conhecimento para estar à frente da Fetar. As duas categorias produzem alimentos para levar à mesa. Temos que melhorar a qualidade de vida. Mesmo quando houver conflitos, vamos achar o caminho. Estamos de portas abertas para ajudar a construir a Fetar”. Alberto Broch, presidente da Contag: “Para chegar a esse ponto, não foi fácil. Tivemos que quebrar muitas resistências entre nós. Há quatro anos se disséssemos isso, poderíamos sofrer um impeachement! Fizemos com convicção, que esse era o caminho, para que alguém não o fizesse. As primeiras conversas foram na Contag e depois abrimos o debate para as federações.. Hoje é um dia histórico para o Rio Grande do Sul, como foi histórico para a Contag o dia 31 de outubro. Nosso país é grande e diferenciado e temos a capacidade política de continuar a nossa organização. São trincheiras diferentes, dois quadros de organização, mas com capacidade política de estarem juntas. Quero reconhecer o trabalho da Fetag e dos dirigentes sindicais: meu estado foi o primeiro a fazer a dissociação e é o primeiro a ter federação de assalariados rurais. Já fomos chamados de conservadores, mas saímos na frente!”... (risos) DIRETORIA Presidente: Nelson Wild (Bagé) Vice-Presidente: Sérgio Poletto (Vacaria) 1º Secretário: Vanderly Silvério de Jesus Bolzan de Almeida (São Borja) 2º Secretário: Gabriel Bezerra Santos (Arroio Grande) Tesoureiro: Denilson de Aguiar Rodrigues (Santa Vitória do Palmar) Suplentes de Diretoria: 1º Milton Domingues Brasil (Bagé) 2º João Cézar Brandt Larrosa (Arroio Grande) 3º Geni Margaret Machado Quincose (Santana do Livramento) 4º Lindomar de Lima Mello (Vacaria) 5º Claudio Rodrigues dos Santos (Uruguaiana) Conselho Fiscal 1º Maria Felicia da Luz Castro (Santana do Livramento) 2º Hugo Pereira de Medeiros (Uruguaiana) 3º Veloci de Almeida Carneiro (Itaqui) Suplentes Conselho Fiscal 1º Santa Vitória vai indicar um nome 2º Antônio Cléber Santiago de Deus (São Borja) 3º Rodrigo Lencina Oliveira (Itaqui) Assessoria de Imprensa – Izabel Rachelle - 27/11/2015 FONTE: Assessoria de Comunicação FETAG- RS



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