Nos dias 20 e 21 de maio de 2024, será realizada a mobilização do 24º Grito da Terra Brasil, uma ação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) juntamente com as 27 Federações e cerca de 4.000 Sindicatos filiados.
Foi apresentada ao governo federal, no início de abril, uma pauta de reivindicações de agricultores e agricultoras familiares com o objetivo de construir políticas públicas estruturantes e solucionar questões emergenciais que contribuam na melhoria da qualidade de vida, trabalho e no fortalecimento dos povos do campo, das florestas e das águas.
“O nosso GTB é histórico e traz a população do campo para ocupar Brasília e mostrar as cores e os sabores da agricultura familiar. Nós estamos aqui para pautar políticas públicas estruturantes para o campo, porque é lugar de vida, é lugar de pessoas e, portanto, as políticas públicas nos dão dignidade e condição de viver bem”, afirma a secretária de Política Agrícola da CONTAG, Vânia Marques Pinto.
O documento apresenta seis eixos para atuação do Estado, sendo o 1º ponto de atuação sobre a “inclusão produtiva e práticas sustentáveis na agricultura familiar”, que aborda a construção do Plano Safra da Agricultura Familiar respeitando as especificidades regionais e territoriais e seus biomas.
“A nossa pauta é organizada em seis eixos porque nós estamos dialogando com a produção de alimentos saudáveis e pensando na inclusão produtiva. Então, a nossa pauta compreende o eixo da produção, mas também da reprodução da vida que acontece no campo. Então, nós estamos pautando políticas públicas estruturantes para o campo que vão desde a produção até a nossa área social, a educação, a saúde, previdência, pensando também na sucessão da juventude rural e na valorização das pessoas idosas e das nossas mulheres”, continua a secretária Vânia Marques Pinto.
Neste contexto, a pauta busca responder aos desafios postos para a agricultura familiar e representa mais um passo na trajetória da implementação do desenvolvimento rural sustentável e solidário levando à inclusão social, geração de renda, aumento da produção de alimento saudável, contribuindo para a soberania e segurança alimentar e nutricional da população e respondendo aos desafios de adaptação e enfrentamento da crise climática.
“Nem sempre fazemos as correlações das mudanças climáticas com as nossas ações sindicais. É importante, enquanto agricultoras e agricultores, a gente fazer essa ligação e entender a situação pra que, de fato, a nossa ação sindical seja a reivindicação da política pública que garanta que continuemos produzindo alimentos saudáveis, naturais e, de preferência, agroecológicos”, declarou a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
Dentro do 1º eixo é abordado sobre financiamento da produção; financiamento da reforma agrária e crédito fundiário; assistência técnica e extensão rural, pesquisa e inovação; proteção à produção; enquadramento da agricultura familiar; e produção, armazenamento, agroindustrialização e acesso aos mercados.
“Os eixos foram estruturados pensando na atenção que os agricultores a agricultoras precisam, muito importante a gente também estar lembrando e enfatizando. A gente precisa de tecnologias voltadas, principalmente, agora no cenário da questão das mudanças climáticas. A mudança climática está cada vez afetando mais a agricultura familiar e o quanto que a mesma precisa de pesquisa, tecnologia e assistência técnica é importante para que a gente tenha uma produção sustentável, uma produção de qualidade e que leve soberania e segurança alimentar para todo o país”, finaliza a secretária Sandra Paula Bonetti.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG