Eu tô com fome! Me dá uma esmola? Ei, me arranja um trocado pra eu comprar comida!? Não tem nada na minha geladeira! Em todo o Brasil, mulheres, jovens, pessoas da terceira idade, pessoas do campo e da cidade voltaram aos números do Mapa da Fome, de onde o Brasil tinha saído pela primeira vez em 2014, segundo declaração da FAO/ONU.
Hoje, infelizmente, são 33,1 milhões de brasileiras e brasileiros vivendo em insegurança alimentar grave, ou seja, com fome, como registra a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN) - o equivalente a 15% da população.
Essa piora absurda em um cenário que já era inaceitável tem entre seus principais motivos: o aumento do desemprego e da pobreza; as desigualdades sociais; a inflação que corrói o poder de compras dos salários; a redução e exclusão de políticas públicas nos últimos anos pelo governo federal, em especial, às voltadas para o fortalecimento da Agricultura Familiar.
Diante desse lamentável cenário, neste 16 de outubro – Dia Mundial da Alimentação, a CONTAG, organização que representa a Agricultura Familiar no Brasil, setor responsável por mais de 70% dos alimentos saudáveis e diversos que vão diariamente à mesa do povo brasileiro, reforça a importância do manifesto ‘Eu Voto Contra a Fome e Sede’, assinado por vários organizações da Frente Nacional Contra a Fome e Sede.
O manifesto é um importante documento que convida o povo brasileiro a no próximo dia 30 de outubro eleger para presidente da República e governadores de 12 estados que disputam o 2º turno das Eleições 2022, que tenham históricos e projetos políticos comprometidos com o Combate a Fome e Sede no Brasil.
Leia abaixo o Manifesto na íntegra!
A fome e a sede são o prato principal de milhões de pessoas no nosso país. A afirmação é comprovada pelo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), em sua segunda edição, divulgada em junho de 2022.
Nele, há a indicação de que 33,1 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar grave, ou seja, vivem com fome. E 12% da população brasileira vive em situação de insegurança hídrica, em casas com dificuldade no abastecimento de água. Dessa porcentagem, 42% convivem também com insegurança alimentar.
A edição recente da pesquisa mostra que mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau – leve, moderado ou grave (fome). O país regrediu para um patamar equivalente ao panorama de miséria e pobreza de cem anos atrás.
Com o avanço das mudanças climáticas, famílias menos abastadas, em sua maioria negras e da periferia, sofrem ainda mais com a ausência de saneamento básico e do acesso à água.
Aproximadamente 100 milhões de pessoas não têm acesso a redes de coleta de esgoto e 35 milhões não têm acesso a água tratada, segundo Instituto Trata Brasil (ITB).
Diversas organizações e movimentos ligados à luta por direitos denunciam essa realidade há anos e diariamente, apontam direções para solucionar esses problemas que afligem diretamente a vida de milhões de pessoas, afastando-as da possibilidade de uma vida digna.
São problemas que precisam de respostas e transformações estruturais a estarem presentes nos poderes executivos e legislativos, em projetos políticos e sociais compromissados com a população.
O Brasil sempre foi um país rico, mas imerso em pobreza pois suas riquezas são espoliadas tradicionalmente por uma elite egoísta, corrupta, hipócrita e autoprotegida. Elite esta que não aceita que o povo ocupe espaços de poder e decisão para mudar essa realidade.
Votamos para reivindicar propostas e compromissos com o combate estrutural à fome, à sede e à pobreza nessas eleições. Para reafirmar que estamos na luta por dignidade para o povo brasileiro e para tirar o Brasil da situação em que se encontra.
Votamos para colocar nos espaços de decisão representantes da população que têm propriedade para transformar todas essas realidades citadas acima ou que estão na luta pela garantia de direitos para essas pessoas. Votamos porque só com dignidade é possível pisar neste chão e esperançar dias melhores para todas e todos nós.
Queremos o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa e urbana, com produções de alimentos saudáveis com base na agroecologia. Temos o compromisso de refletir e defender projetos que promovam a dignidade humana, possibilitando o acesso a alimentos saudáveis e água potável a todas as pessoas, independente da classe social. A defesa dos nossos biomas e dos territórios dos povos das águas, do campo, das florestas e das cidades.
Junto com diversas organizações e movimentos defendemos o combate a projetos que almejam aumentar a fome e a sede em nosso país. E escolhemos votar em candidatos e candidatas que vão garantir acesso à alimentação e água de qualidade e saudáveis para toda população brasileira!
O manifesto foi lançado pela Frente Nacional Contra a Fome e a Sede, a qual a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e várias organizações do campo e da cidade compõem.
Junte-se a nós nessa luta!
Venha para Frente Nacional Contra a Fome e a Sede e ajude também a construir a Campanha Eu Voto Contra a Fome e a Sede AQUI
Chega de Fome!
Chega de Sede!
Comunicação CONTAG - Barack Fernandes, com informações da Frente Nacional Contra a Fome e Sede