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FORMAÇÃO SINDICAL
II EBAFOR: Quais são os nossos Sonhos?
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05 de Setembro de 2016

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Fome e sede de quê? “De transformação social... De conscientização política para mudar e atuar na nossa base”, destaca o educador popular da ENFOC Bahia, Lindomar Almeida. “Tenho fome de aprender e de realizar. De levar pra nossa base informações fundamentais que possam melhorar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras rurais”, ressalta a educadora, Elma Souza. As inquietações de Elma e Lindomar, motivaram a construção do II Encontro baiano de formação sindical, o EBAFOR. Um II EBAFOR feito pelas mãos de várias pessoas que vieram de todo o estado, para dialogar sobre o papel da Comunicação no Sindicalismo frente a atual conjuntura do Brasil; Organização da base; Processos educativos desenvolvidos pelos sujeitos da Luta.

O momento foi também de socializar várias experiências de base que estão acontecendo na Bahia e debater através de Oficinas os temas Educação e Comunicação Popular, Raça e Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, que são fundamentais para garantir o protagonismo dos povos do campo, floresta e águas.

“O II EBAFOR foi um Encontro único, onde tivemos a oportunidade de junto a lideranças de base, pessoas das comunidades que participam do GES, dirigentes sindicais e educadores e educadoras da ENFOC, repensarmos novas práticas para e com o MSTTR. O resultado se materializa em uma carta de compromissos que a Bahia faz com a Formação Sindical em todo Brasil”, destaca Vânia Marques, secretária de Formação e Organização Sindical da Fetag-BA.

CARTA DE COMPROMISSOS DO II ENCONTRO BAIANO DE FORMAÇÃO SINDICAL – EBAFOR Durante os dias 02 e 04 de setembro de 2016, em São Gonçalo dos Campos-BA, aproximadamente 160 lideranças sindicais e de base, educadoras e educadores populares do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado da Bahia, cidadãs e cidadãos provenientes dos diversos Grupos de Estudos Sindicais, reunidos no Hotel Resort Equestre vivenciamos o II Encontro Baiano de Formação Sindical - EBAFOR, com o tema FORTALECENDO A REDE DE EDUCADORAS E EDUCADORES E CONSOLIDANDO O PADRSS em comemoração aos 10 anos da Escola Nacional de Formação da Contag. Dedicamo-nos, nesses três dias, a refletir sobre as nossas práticas formativas. Articulamos momentos de reflexão política e conceitual com momentos de socialização de experiências e de reconexão com as dimensões do campo, da memória e da identidade. Desencadeamos, desde o I EBAFOR (2013), um processo fértil e intenso de formação que, cada vez mais, vem consolidando uma Rede de Educadoras e Educadores Populares. Por sua vez, esta vem envolvendo centenas de lideranças comunitárias nos vários Polos Regionais que constitui a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia. Nessa conjuntura de Golpe que se consolida sobre o povo brasileiro, evidencia-se a intenção das quebras dos direitos sociais e trabalhista com ameaças a democracia. Expande-se a concentração de terras e riquezas, incentiva-se o agronegócio e o uso indiscriminado dos agrotóxicos. Some-se a isso o aumento da violência no campo e nas cidades além da criminalização dos movimentos sociais e suas expressões de luta. Estas e outras práticas têm colocado em risco as conquistas da classe trabalhadora, galgadas nas ultimas décadas. Em resposta, estamos ampliando qualitativamente o número de lideranças que irão disputar as eleições municipais em todo o estado. Vimos nesses dias que o enfrentamento a esse momento exige o fortalecimento dos Sindicatos por meio da formação sindical de base, inspirada na autonomia e na emancipação humana que a Educação Popular preconiza. Como já disse um dos Colaboradores nessa reflexão, Altamiro Borges, “vivemos um momento de intensa disputa de ideias nessa sociedade de classe”. Recomendando “nossa capacidade de obter êxito nesse cenário de golpe requer uma maior unidade política entre as organizações que compõem os movimentos sociais”. Durante esses três dias de intensas conversas, constatamos que as práticas formativas desenvolvidas no estado têm expressado e estimulado processos e espaços educativos que nos favorece um olhar crítico sobre a realidade. Vivenciamos a ludicidade, a criatividade e o uso de múltiplas linguagens que possibilitam a cooperação e a solidariedade. Constatamos também, que os sujeitos dessas ações político-formativa, homens e mulheres de todas as idades, vem sendo animados a refletir suas práticas sindicais, organizativas e produtivas valorizando as populações tradicionais e o espaço do campo como território de vida para além de um lugar de produção.

Orientados pelo forte desejo e da necessidade de fortalecer a ação sindical de base, assumimos os seguintes compromissos: 1. Valorizar as identidades das pessoas do campo na perspectiva do respeito à diversidade cultural, religiosa, orientação sexual e as práticas organizativas e produtivas; 2. Contribuir para identificar e atender as demandas das comunidades tradicionais, em especial, quanto à regularização fundiária; 3. Estimular novas relações de poder nas entidades do MSTTR e na sociedade, que sejam horizontais e que favoreçam a participação das mulheres, da juventude e das pessoas idosas; 4. Ampliar as articulações com as demais organizações dos movimentos sociais que atuam no campo e na cidade, em torno de um projeto político de sociedade; 5. Fortalecer a Comunicação Popular como uma estratégia de enfrentamento e disputa de ideias na base e na sociedade; 6. Aprofundar a reflexão sobre a Educação Popular enquanto caminho político-pedagógico orientador das ações formativas; 7. Fortalecer e ampliar as ações formativas estaduais envolvendo a Rede de Educadoras e Educadores Populares no estado; 8. Fortalecer e ampliar a participação das lideranças de base do campo, priorizando a Rede de Educadoras e Educadores Populares, nos processos formativos desenvolvidos pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB; 9. Promover rodas de conversas, palestras e encontros nas comunidades na perspectiva de fortalecer a ação sindical comunitária por meio dos Grupos de Estudos Sindicais – GES, incorporando, inclusive a temática dos direitos sociais; 10. Ampliar as ações formativas de base como os mutirões sindicais; 11. Garantir processos formativos voltados para fortalecer e qualificar a atuação de Conselheiros e Conselheiras de Direitos do MSTTR; 12. Fortalecer as experiências de Educação do campo, seja no ensino fundamental, ensino médio e ensino superior; 13. Potencializar, participar e animar as candidaturas nas eleições municipais de outubro/2016; FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes



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