A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (FETAGRI-MT) cobra providências às autoridades competentes sobre a chacina que pode ter vitimado aproximadamente 10 pessoas, entre adultos e crianças, na Gleba Taquaraçu do Norte, na região de Colniza (a 1.018 km de Cuiabá). Conforme informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública, pessoas encapuzadas invadiram, nesta tarde, uma área da gleba e mataram dez pessoas, entre crianças, adultos e idosos. A localidade fica distante a cerca de 200 km da sede da cidade. Em 2011, o local já foi palco da expulsão de cerca de 700 famílias. Em 2014, um casal foi assassinado na mesma região, por conflitos agrários. O Presidente da Associação ASPRONU (Associação de Produtores Rurais Nova União), Josias Paulino de Castro, 54 anos, e sua esposa, Ireni da Silva Castro, 35 anos, foram assassinados no dia 16 de agosto de 2014. A execução revoltou moradores da região, já que todos sabiam que o casal iria realizar várias denúncias à ouvidoria Agrário Nacional. Segundo informações da Polícia Civil de Colniza, os corpos foram encontrados crivados de tiros de arma de fogo 9mm, que é de uso restrito. “Os dois foram baleados na cabeça e Ireni ainda levou um tiro na mão”, disse um policial. CHACINA Para apurar a situação, o secretário de segurança pública, Roger Jarbas, determinou ainda que um helicóptero se deslocasse para a região, mas em razão do tempo não foi possível que ele decolasse. Assim que for possível, um delegado da Polícia Civil, além de um oficial da Polícia Militar e peritos criminais irão se deslocar para a localidade para dar início aos procedimentos de investigação. Inquérito será instaurado para que ocorra a identificação dos pistoleiros. A primeira informação quanto a chacina chegou ao Comando Regional VIII da Polícia Militar. Ainda segundo a PM, uma equipe do Grupo de Operação Especiais de Rondônia também teria se deslocado para a região. PROVIDÊNCIAS A Fetagri-MT lamenta o agravamento do clima de tensão na região, e cobra providências das autoridades responsáveis. Até o presente momento, o assassinato do casal em 2014 não foi solucionado, o que preocupa muito a entidade. A Federação cobra apuração dos fatos e a severa punição aos responsáveis pelos crimes, para evitar que outros casos ocorram em outras regiões do estado. A entidade lamenta a falta de compromisso e responsabilidade das autoridades estaduais e federais em resolver os conflitos agrários em Mato Grosso, o que acaba prejudicando e ceifando vidas de trabalhadores e trabalhadoras rurais no estado. Outro caso que ainda não teve punição aos responsáveis é o assassinato de Maria Lucia do Nascimento, no dia 13 de agosto de 2014, Maria Lucia foi assassinada com três tiros fatais, no município de União do Sul. Maria Lúcia era assentada na Gleba Macaco, no Assentamento Nova Conquista 2, área reconhecida legalmente como terra pública da União, onde coordenava a luta pela regularização do Assentamento que conta com 25 famílias de trabalhadores (as) rurais. Também foi presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, onde atuou na defesa intransigentemente dos direitos da categoria. FONTE: Assessoria de Comunicação FETAGRI-MT, Wallace Dutra