Mesmo com a comprovação científica dos graves problemas à saúde provocados pelos agrotóxicos, trabalhadores rurais, especialmente os que atuam na fruticultura do Vale do São Francisco, vivem em contato, no dia a dia, com grandes quantidades desses produtos. Diante dessa realidade, a Fetape, por meio de sua Coordenação de Meio Ambiente, realiza, nesta quinta-feira (17), em Petrolina, um seminário que abordará os riscos desse tipo de veneno.
O evento, que acontece no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Petrolina (Av. das Nações , 280 – bairro Gercino Coelho – Centro), a partir das 9h, reunirá dirigentes sindicais de todos os municípios pernambucanos do Sertão do São Francisco. O objetivo é debater e sensibilizar os participantes sobre os riscos dos agrotóxicos, formando multiplicadores sobre modos de produção ambientalmente saudáveis.
Na programação do seminário, que espera contar com cerca de 120 pessoas, inclusive representantes dos governos municipal e estadual, estão previstos debates sobre assuntos como a Lei dos Agrotóxicos; Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Rural; e Danos ao Meio Ambiente Causados pelos Agrotóxicos. Nos grupos de trabalho serão definidas orientações para a elaboração de uma Carta Política, que será entregue aos órgãos responsáveis por questões que envolvem esse tema no estado.
“Para nós, esse seminário é estratégico porque vai permitir que possamos conscientizar os trabalhadores e trabalhadoras da fruticultura irrigada, que são obrigados a utilizar o veneno, sobre os grandes riscos que essa prática traz à saúde. A hora de agir é agora, antes que seja tarde demais,” avaliou o coordenador de Meio Ambiente da Fetape, Antônio Francisco da Silva.
Um ciclo vicioso
Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Por aqui, cada habitante consome 5,2 litros desse veneno, por ano.
O uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio ambiental que torna os agricultores cada vez mais dependentes. Isso se dá porque, a cada dia, há um aumento do número de pragas, geradas pelo próprio uso desses produtos químicos, que exige aplicações mais frequentes e em doses maiores.
A maior parte de agrotóxicos utilizada no país é resultado das plantações do agronegócio, uma vez que não é possível produzir monocultivos sem a aplicação de veneno. De acordo com o último Censo Agropecuário do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% das pequenas propriedades declararam usar agrotóxicos, enquanto que 70% das grandes propriedades adotam essa prática. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAPE