Entre 21 e 22 de agosto será realizada em Brasília a terceira "Marcha das Margaridas", uma das maiores mobilizações entre todas as organizadas pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). Para conhecer os detalhes sobre os intensos preparativos feitos desde junho passado, a União Internacional de Trabalhadores na Agricultura (UITA) conversou com Lérida Pivoto, coordenadora estadual da coordenação de Mulheres da Federação de Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG-RS)
Quais são as expectativas para esta terceira Marcha das Margaridas?
-São muitas e muito boas, já que estamos mobilizando todo o estado do Rio Grande do Sul. Apesar da dificuldade da distância entre o nosso estado e Brasília -onde será realizada a Marcha- conseguimos a confirmação da participação de cerca de 460 mulheres. Todas as organizações regionais estão participando dos preparativos para a Marcha.
Quais temas serão tratados?
-Entre outras coisas, serão discutidos os temas da terra, da água, da agroecologia, do meio ambiente, da previsão social, dos salários. A violência contra a mulher é outro aspecto que abordaremos nesta nova Marcha.
Quantas pessoas vocês esperam que participem a nível nacional?
-A Coordenação de Mulheres da Contag estima 50 mil pessoas.
Como é visto o papel atual da mulher rural?
-Posso falar concretamente do que ocorre no Rio Grande do Sul, onde podemos perceber uma mudança muito visível em comparação ao que ocorria há uns 30 ou 40 anos. Atualmente, as mulheres participam mais amplamente no sindicalismo, tanto a nível local como nacional. A trabalhadora rural conseguiu o seu espaço e reconhecimento, ocupando postos de relevância dentro do movimento sindical e da sociedade em geral. Pode-se dizer que no Rio Grande do Sul as mulheres representam 50% da mão-de-obra na agricultura.
A senhora quer deixar uma mensagem para as mulheres latino-americanas?
-Eu gostaria de agradecer à UITA por este espaço, pois sabemos que nós trabalhadoras rurais temos em comum muito mais do que o trabalho. A todas as mulheres, eu quero dizer que não devemos baixar a cabeça, que nossa luta é permanente, que nossos espaços estão aí para serem ocupados, não tirando o lugar de ninguém, mas sim somando. Por último, queria convocar todos e todas a participarem da Marcha das Margaridas nos próximos dias 21 e 22 de agosto.