Os temas gerais, trabalhados na terça-feira pelo Grupo Políticas Públicas de Proteção Social da Agricultura Familiar, foram exaustivamente discutidos e aprofundados para que se conseguisse votar de forma consciente. Essa foi a avaliação do secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Sousa Gonçalves. Para ele, as propostas aprovadas e rejeitadas eram justas e necessárias, o que confere ao grupo um bom encaminhamento para o documento-base.
O trabalho infantil, por ser um assunto bastante polêmico, proporcionou fortes debates no grupo. José Wilson disse que se trata de uma relação cultural de famílias e gerações. As duas propostas que vieram de proteção infantil para enriquecer o texto-base foram com a finalidade de reforçar o que a CONTAG já vem tratando e tirando como necessidade de aprofundar.
O dirigente vê necessidade de discutir nas bases a interpretação melhor do conceito de trabalho infantil, o que é trabalho degradante e assim diferenciar determinadas atividades nas quais as crianças se envolvem. “É possível constatar que se trata de uma tarefa formativa, educativa e não tem como ela deixar de conviver no meio da unidade familiar. Temos que ter claro que a forma com que a agricultura familiar é desempenhada é diferente de qualquer outra atividade. Na verdade, é um conjunto de funções que envolve toda família. Por isso é agricultura familiar”, justifica.
Pela primeira vez participando do Congresso da CONTAG, a delegada Andréia Valer Capitâneo gostou dos debates e os considerou importantes. O tema envolvendo a criança e o trabalho infantil foi o que mais lhe chamou a atenção. “Temos que considerar dois lados neste assunto: o bom e o ruim. Quando colocas uma criança muito novinha na atividade, acabas retirando o seu tempo de diversão. Ao mesmo tempo, ao deixá-la livre ela pode ir para caminhos perigosos. Então, é melhor colocar na escola. E no momento que está em casa, não o escravize, mas dê uma atividade para que se sinta útil”, defende.
O delegado João Paulo de Menezes acha fundamental a discussão das políticas sociais para o homem do campo. O trabalho infantil também lhe chamou bastante a atenção. Ele é de opinião que o agricultor tem o direito de levar sua criança ao trabalho, desde que não seja braçal, mas sim para aprender o ofício. “Eu fui criado na agricultura, trabalhando com minha mãe, e nada me impediu de estudar e sou formado em Engenharia de Pesca e curso a Faculdade de Fisioterapia. O agricultor sem disciplina não é nada”, garante João, que participa pela primeira vez do Congresso da CONTAG e garante que valeu a pena. FONTE: Assessoria de Comunicação do 12º CNTTR - Luiz Boaz