Mais duas famílias de trabalhadores rurais de Piracanjuba receberam suas propriedades, no dia 21 de setembro, por meio do Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF). A entrega das terras foi acompanhada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais do município, Dorislene Luíza Ferreira, pelo gerente geral da agência do Banco do Brasil de Piracanjuba, Adir Rodrigues, pelo representante da superintendência do Banco do Brasil, Ismael Alves Dias, e pelo representante de Secretaria de Agricultura de Goiás, Carlos Eduardo e por Ana Maria Dias Caetano, secretária de mulheres de Fetaeg e coordenadora institucional do PNCF.
Adilson Vieira da Silva e Cristiane de Paula Barbosa Silva foram um dos que receberam a terra. O casal comprou uma propriedade de 5,3 hectares. Adilson, que é técnico agrícola, já produziu arroz com a ajuda de sua esposa, mas seu contrato era de arrendamento. Agora, eles são donos da própria terra e fazem planos para plantar mandioca na sua propriedade que tem o nome de Córrego Monjolo.
Outro casal beneficiado pelo programa foi Valdivino Aparecido Dias e Maria Aparecida de Paula Dias. Eles adquiriram a propriedades Areias, com uma área de 1 alqueire e 66 litros. Valdivino e dona Maria Aparecida já moravam na propriedade e também tinham um contrato de arrendamento. Agora, como proprietários, já fazem planos: irão produzir feijão, milho e fumo.
Até o momento, são 10 famílias beneficiadas em Piracanjuba. Para a presidente do STTR local, este número deve aumentar em breve, já que foi encaminhada a documentação de mais 16 famílias para passar no processo de acesso ao crédito, realizado pela Unidade Técnica do Estado (UTE). Segundo Dorislene, este aumento das famílias que procuram acessar o programa se dá por eles acreditarem que o mesmo funciona, embora ainda seja preciso melhorar no aspecto tempo. Hoje, para uma família concretizar a compra do imóvel rural, o processo é de seis meses, em média, o que pode dificultar o negócio, já que há a possibilidade de haver desistência por parte do solicitante.
A secretária de Mulheres da Fetaeg e coordenadora institucional do PNCF em Goiás, Ana Maria Dias Caetano, considera que é preciso haver uma desburocratização do programa, que ele seja mais ágil para facilitar a concretização da compra. Ana Maria afirma que é preciso haver mais comprometimento por parte do estado, como por exemplo, em relação às vistorias das terras. Atualmente, é feita uma pré vistoria por técnicos de empresa particulares, que chegam a cobrar até R$ 500 por família. Ana Maria acredita que isso se dá pela omissão do estado. Para resolver esta questão, a Fetaeg está propondo que a Empresa de Extensão Rural do Estado de Goiás (EMATER) assuma estas vistorias, tornando rápido o processo. Além das vistorias, há também falta de estrutura, como casa e energia elétrica, que poderia ter a participação do Governo do Estado. Para ela, embora ainda tenham problemas que precisam ser resolvidos, reconhece que houve uma melhora na UTE, mas deseja que esta melhora seja constante.
Mesmo com todas estas dificuldades, Ana Maria comemora os números. Hoje, em Goiás, são 1.116 famílias beneficiadas pelo PNCF, considerando também a região do estado atendida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Brasília e Entorno (FETADF). Estes números devem aumentar em breve. No próximo dia 23 de setembro, o conselho da UTE vai se reunir e analisar mais setepropriedades rurais, que beneficiarão 35 famílias.