Mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras rurais continuam acampados por tempo indeterminado em frente à Usina Catende, localizada a 150 km de Recife (PE). As principais reivindicações são a saída imediata do atual síndico Carlos Antônio Fernandes Ferreira, a readmissão dos 1.500 trabalhadores(as) da massa falida e que o Incra inicie a construção de quatro mil casas no assentamento com o recurso já garantido para esse fim.
O grupo está insatisfeito com a forma autoritária que o juiz responsável está tratando do caso. “Infelizmente, no ano retrasado, o juiz demitiu o síndico indicado pelos trabalhadores, Marivaldo Andrade, desconsiderando todo o trabalho, por exemplo, os projetos do Pronaf adquiridos junto ao Banco do Brasil que estavam mantendo a usina viva”, denuncia Natanael Ferreira, um dos trabalhadores acampados.
Segundo o secretário de Finanças e Administração da Contag, Aristides Santos, no local está sendo desenvolvido um projeto de economia solidária que envolve assentados e assalariados, abrangendo cinco municípios. No total são, aproximadamente, 40 mil hectares, com mais de cinco mil famílias. “Esse juiz está destruindo um projeto que foi construído com muita dificuldade ao longo de mais de dez anos”, desabafa o sindicalista.
Mais reclamações – O dirigente da Contag reclama, ainda, que os trabalhadores (as) demitidos estavam com sete meses de pagamento de salário atrasado e ainda não receberam. Além disso, o atual síndico não pagou aos assentados parte da cana utilizada na usina.
Na próxima semana, dia 26 (terça) haverá uma audiência com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o governador Eduardo Campos, a Fetape, os STTRs e a Contag para discutir a situação dos trabalhadores(as) e da usina. O grupo também conta com o apoio do deputado federal Manoel dos Santos, orgânico ao movimento sindical do campo. “A gente conclama não só o governo federal, como o governo estadual de Pernambuco e a sociedade como um todo pra poder corrigir uma injustiça que está acontecendo com essas”, reforça Aristides.
Para Natanael, os trabalhadores e trabalhadoras rurais devem permanecer unidos para superar todas as dificuldades. “Só com união vamos conseguir qualquer resultado positivo”, acredita. FONTE: Agência Contag de Notícias - Verônica Tozzi