Produtores de tabaco do tipo Burley estão ameaçados pela restrição na implementação progressiva da Convenção – Quadro para o controle do tabaco. Em novembro será realizada a Conferência das Partes (CDCT), no Uruguai. A preocupação está na ameaça de a reunião originar recomendações aos países membros da Convenção, entre eles o Brasil, que levem a perda de demanda para o fumo tipo Burley, utilizado na confecção de cigarros aromatizados. Pelo menos 50 mil famílias no Brasil, 17 mil famílias somente em Santa Catarina, estão perdendo o sono por conta disso, pois, em média, 64% da renda destas famílias têm origem na produção de tabaco. O que estas famílias irão fazer? Certamente que opinadores de plantão estarão sugerindo produzir verduras, pequenos animais, galinhas caipiras, etc. Nada contra a essas atividades que bem planejadas também são geradoras de renda. Mas, antes de mudar de atividades é recomendável avaliar, concretamente, pelo menos quatro áreas fundamentais para o sucesso do negócio: mercado; necessidade financeira; vocação da propriedade e viabilidade econômico-financeira. A produção de tabaco no Sul do Brasil é feito por produtores em pequenas áreas de terra. Em média, possuem 16,1 hectares e utilizam, em média, 2,4 hectares com tabaco. O Brasil atualmente produz 115 mil toneladas de tabaco Burley e exporta 85% desse total. O tipo Burley junto com o tipo Oriental participa na fabricação de 75% dos cigarros consumidos no mundo. Caso o Brasil adote a recomendação prevista para a COP4, haveria impacto direto a 230 mil pessoas que vivem do cultivo do Burley. E também para o país, com a redução no volume de divisas resultantes do comércio exterior que na última safra foi de U$ 3,2 bilhões. Outros dados que podem auxiliar na tomada de decisão por parte das autoridades governamentais é o faturamento de R$ 17,5 bilhões em 2009 com o cultivo do tabaco, sendo recolhidos R$ 8,5 bilhões em impostos. Cabe se perguntar se o modelo de desenvolvimento que queremos no Brasil é minguar o meio rural optando pelo inchaço das cidades ou fazer desenvolvimento sustentável que promova atratividade às pessoas que vivem no campo? Antes de qualquer sugestão precisamos lembrar que os beneficio gerados é que realmente pesam nas decisões e não somente idéias sem argumento mensurável. FONTE: Comunicação da Fetaesc