A imissão de posse da fazenda Bordolândia, localizada nos municípios de Bom Jesus do Araguaia e Serra Nova Dourada (MT) está no setor jurídico do Incra e deve ser liberada na segunda-feira (17) em nome dos 1.200 agricultores ligados a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Mato Grosso (Fetag-MT). É o que esperam as famílias que estão há seis anos acampadas ao lado da fazenda.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, em decisão liminar proferida na última semana, assegurou a imissão de posse do Incra na fazenda. Com isso, garantiu-se a posse do instituto no território, com cerca de 56 mil hectares. A fazenda Bordolândia é uma área emblemática para o Incra e o processo de reforma agrária em Mato Grosso. Há anos o imóvel é reivindicado por trabalhadores e trabalhadoras rurais, posseiros da reserva indígena Marãiwatsede e os próprios índios. A fazenda faz limite com a reserva.
"Desde 2001 tem sido uma luta. Temos lideranças que foram presas, seis estão ameaçadas de morte sendo que uma já foi assassinada", conta o secretário de Política Agrária da Fetag-MT, Antônio Paulo. "Na última vez que liberaram a emissão de posse, apesar de ela ter sido cassada logo em seguida, tínhamos decidido que, quando a fazenda estiver em nome dos trabalhadores, ela se chamará Assentamento Guerrilha do Araguaia, em homenagem aos trabalhadores que já morreram naquela região, na luta pela terra", completou.
Emmanuelle Nunes
Agência Contag de Notícias com informações do STF