Os desafios da juventude para a sucessão rural na Amêrica Latina: esse foi o tema do Seminário Internacional promovido hoje (28) no Festival e que levantou muitas questões para reflexões permanentes. A mesa contou com grandes nomes do estudo e da luta pelo desenvolvimento de políticas públicas para a Agricultura Familiar e Campesina no âmbito da América Latina e Mercosul. Todas as exposições reforçaram que os países latinoamericanos têm muito em comum, tanto no que diz respeito a problemas quanto a possíveis soluções.
Contribuíram para o debate o professor da Universidade de Formosa, na Argentina, Luis Caputo, o alto representante-geral do Mercosul, Doutor Antonio Rosinha, o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, a assessora de Juventude do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Luiza Dulci, a chefe de gabinete da Secretaria de Juventude da Presidência da República, Rafaela Rodrigues, e, representando a delegação internacional, Gabriela Zarate, da Unión Agrícola Nacional do Paraguai e Rodrigo Yañes, do Movimiento Unitario Campesino y Etnias de Chile (Mucech).
Todos os palestrantes apontaram, em suas falas, a necessidade de políticas de acesso a terra para garantir que os jovens trabalhadores e trabalhadoras rurais não sejam expulsos do campo por falta de oportunidade para produzir. Outro desafio é o de integrar as lutas promovidas por toda a América Latina para fortalecer as demandas junto aos governos e a sociedade de cada país. Também foi destacado a urgência de construção de políticas públicas que promovam também a cultura, o esporte e o lazer nas áreas rurais, pois esses aspectos são fundamentais para a qualidade de vida de qualquer cidadão, além das necessidades básicas como educação, saúde, transporte nas áreas rurais de todos os países.
Houve ainda espaço para contribuições dos participantes do seminário. O cearense Manuel Sampaio chamou a atenção de todos para o fato de que a mobilização dos jovens existe, mas não existe a implementação efetiva das políticas construídas. “Como é que podemos avançar se a nossa participação só vai até o ponto da proposição e as ações não são realizadas porque o governo sempre fala que não tem dinheiro? Os recursos precisam aumentar e as políticas para os jovens devem ser permanentes, e não pontuais”, afirmou o jovem.
A equatoriana Maria Vitória também manifestou sua opinião: “Falar de juventude é também falar da preservação e consideração dos idiomas e culturas locais, que são tão diversos. Agradeço a oportunidade de estar neste Festival e vou levar de volta para o Equador muitas experiências e conhecimentos”, afirmou a jovem. O seminário terminou com uma grande roda, na qual os participantes deram-se as mãos e cantaram sua união e amor pela vida não apenas no campo, mas neste que pode ser um mundo muito mais solidário e justo. A América Latina pode, e deve, estar cada vez mais integrada.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto