Especialistas de vários países da América Latina presentes no Seminário Internacional: Agricultura Familiar e Soberania Alimentar no Mercosul foram unânimes nas formas de garantir desenvolvimento do campo com justiça. Eles listaram os entraves para o cumprimento do papel social da terra. Entre os problemas apontados, estão a falta de políticas de crédito, atraso na reforma agrária e ausência de projetos de agroecologia.
O secretário nacional substituto de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome, Crispim Moreira, afirma que "as agriculturas familiar, camponesa e indígena são alternativas para os países se afastarem do neoliberalismo e se autogerirem". Segundo o especialista, esses tipos de agricultura estabelecem outra relação com a terra e com a natureza, se opondo à lógica capitalista do agronegócio.
A coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres da Contag, Carmen Foro, denuncia o sistema de desenvolvimento rural falido e diz que este é o momento para mudança. "Como desenvolver quando temos um modelo de produção agrícola defasado, focado no agronegócio e que dá às transnacionais maior poder?", questiona a dirigente sindical.
"Agora, devemos pensar novas estratégias, principalmente, porque estamos em um momento de crise econômica e alimentar e também porque quem paga a conta do prejuízo são sempre os trabalhadores, afetados com a recessão, desemprego e pouco orçamento para as políticas públicas", ressalta Carmen Foro.
Hoje (25) à noite, participam da mesa de debates do seminário representantes dos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. FONTE: Danielle Santos, enviada especial