Nesta segunda e terça-feira, dia 05 e 06 de maio, agricultoras familiares, técnicas de campo, pesquisadoras de Ater pública e da sociedade civil organizada participam do Seminário Ater Mulheres para Produção de Alimentos, Autonomia e Vidas Saudáveis no Campo, nas Águas e nas Florestas, em Brasília/DF.
O principal objetivo do momento é analisar como o Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) contribuiu para a implantação de práticas agroecológicas e os impactos sobre a produção e consumo de alimentos saudáveis.
Os debates, principalmente, destacarão como as abordagens feministas contribuem para a autonomia das mulheres e quais os desafios de incorporar essas práticas à ATER, bem como influenciaram o acesso às políticas públicas. O objetivo das discussões também é identificar propostas para o aperfeiçoamento da ATER para as mulheres rurais.
A secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Melissa Vieira, explicou que, historicamente, as mulheres são responsáveis por grande parte da produção de alimentos saudáveis e cuidar da terra, da biodiversidade e das famílias.
“Nós reafirmamos que, quando as políticas públicas chegam no campo, elas ecooam também na cidade, na mesa da população, com alimentos de verdade e saudáveis e assim contribuindo para o combate à fome. E são elas que enfrentam também invisibilidade nas políticas públicas e nas estatísticas, acesso desigual à terra, crédito, tecnologias e capacitações, sobrecarga de trabalho e violência de gênero no campo. Por isso, nós defendemos uma ATER inclusiva e com recorte de gênero, que fortaleça a autonomia e a renda das mulheres”, afirmou a secretária.
A presidenta da CONTAG, Vânia Marques Pinto, ressaltou que “a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para mulheres é uma demanda histórica da CONTAG sempre na busca para melhorar sua produtividade, renda, qualidade de vida, autonomia e empoderamento.”
A dirigente da Confederação explicou, durante a abertura do Seminário, que através de um programa de Ater específico para as mulheres do campo, da floresta e das águas é possível:
Promover a igualdade de gênero no campo;
Fortalecer a capacidade produtiva das mulheres rurais;
Melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias rurais;
Incentivar a participação das mulheres na tomada de decisões;
Autonomia e empoderamento para nós, enquanto mulheres, sempre foi algo desafiador pois, mesmo com jornadas duplas e triplas, ficamos na invisibilidade. E sabemos o quanto somos protagonistas em todo processo produtivo.
“É importante ressaltar o papel da assistência técnica oficial, mas também a Ater realizada por uma rede de entidades da sociedade civil, a exemplo da nossa Sisater”, ressaltou a presidenta.
O Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural (Sisater) é um instrumento fundamental para organizar, articular e fortalecer os serviços de Ater no Brasil, especialmente voltados à agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG, com informações da Presidência da CONTAG.