Além da atuação nas sessões nacionais e regionais da reunião especializada da agricultura familiar, a Reaf, a Secretaria de Relações Internacionais da Contag pautou as reivindicações dos trabalhadores rurais na Organização das Nações Unidas, ONU, em outubro, durante reunião do Comitê de Segurança Alimentar das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.
O evento teve o objetivo de fomentar a campanha mundial de combate a fome, e produziu um documento de recomendação para que os países invistam na produção de alimentos da agricultura familiar. A vice presidente da Contag e secretária Relações Internacionais, Alessandra Lunas, defendeu a necessidade de os países ratificarem a convenção 184 da Organização Internacional do Trabalho sobre saúde e segurança na agricultura. Ela também reivindicou a inclusão de todas as instituições da sociedade civil no grupo de trabalho do Comitê de Segurança Alimentar da FAO. “Temos uma atuação conjunta das pautas que envolvem não só agricultura familiar, mas assalariados, trabalhadores como um todo no âmbito internacional”, lembrou Alessandra.
Outra atividade que merece destaque é o intercâmbio de experiências, que ocorreu em novembro, no Rio Grande do Norte, e reuniu agricultores e agricultoras familiares de sete países do Cone Sul. O encontro é uma atividade complementar do programa de formação de líderes rurais em gestão territorial. Sobre essa atividade, Alessandra Lunas, que é também é secretária geral da Confederação de Organizações dos Produtores Familiares do Mercosul Ampliado, Coprofam, destaca a participação dos jovens. “O próprio redimensionamento feito na direção da Coprofam, de ter criado a Secretaria de Juventude, foi interessante. Esse trabalhando começando a nascer também em nível internacional com certa incidência”, pontuou a sindicalista.
A secretária destaca ainda a participação da Contag na articulação e criação da Aliança Internacional das Organizações Regionais de Agricultura Familiar. Essa organização reúne representantes de instituições de agricultores familiares e campesinos da América Latina, Ásia e África. “O maior desafio para fora é que a gente consiga construir essa via alternativa de fazer uma incidência articulada dessas pautas que nos unem em parceria com diversas organizações, enfim que a aliança dê certo”, destacou a secretária.
Além das atividades internacionais, a secretaria também participou ativamente do Festival da Juventude, da preparação da Marcha das Margaridas e do Grito da Terra Brasil. E, assim como todo o movimento sindical, também se envolveu com o processo eleitoral. Alessandra Lunas considera que os trabalhos realizados durante o ano de 2010 vão ajudar a redimensionar o planejamento para o próximo ano.
O maior desafio é fazer com que o movimento sindical se aproprie da pauta de relações internacionais. “É preciso que o olhar da Contag, das Fetags e dos sindicatos ultrapasse fronteiras. Acho que a gente consegue ter um corpo para criar o coletivo, porque até então você não tinha as pessoas sentindo parte dessa conversa”, comentou a dirigente.
Outro desafio lançado é a realização de um evento internacional com a presença de organizações ligadas à agricultura familiar em outros países. Alessandra fez questão de ressaltar que as parcerias com outras entidades foram fundamentais para fortalecer as articulações internacionais. Um exemplo é a Campanha do Ano Internacional da Agricultura Familiar, liderada pelo Fórum Rural Mundial. O governo brasileiro endossou a campanha do Fórum e vai recomendar a adesão a outros países. FONTE: Agência Contag de Notícias