Estamos no mês de setembro, que é dedicado à prevenção do suicídio. Em 2023, o lema trabalhado é “Se precisar, peça ajuda!” Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019, último levantamento realizado, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados.
Embora os números de suicídio estejam diminuindo em todo o mundo, nos países das Américas não param de aumentar, segundo a OMS. Praticamente 100% dos casos estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Portanto, são mortes que poderiam ser evitadas.
No Brasil, conforme o Boletim Epidemiológico nº 33 da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, ocorreram 112.230 mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número anual de mortes, de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019, com aumento das taxas de mortalidade por suicídio em todas as regiões do Brasil.
O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade.
Especialistas afirmam que o suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. É por isso que essa campanha é fundamental e precisa da adesão de todas as pessoas. Segundo dados da OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama - ou guerras e homicídios.
Nos últimos anos, a CONTAG vem aderindo à campanha por entender que é uma temática importante que afeta, inclusive, os povos do campo, da floresta e das águas e vê com muita preocupação o agravamento desta problemática, principalmente em função da pandemia da Covid-19.
“A campanha Setembro Amarelo se tornou, no Brasil, um marco importante na prevenção do suicídio, principalmente depois da Covid-19. Estudo realizado pela Fiocruz, que foi divulgado em 2022, avaliou o excesso de suicídios no País, com efeitos indiretos da primeira onda da pandemia. Portanto, a campanha vem no sentido de conscientizar a sociedade brasileira para o enfrentamento dessa problemática em nosso País”, destacou a secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
Estudo realizado pela Fiocruz, divulgado em 18 de abril de 2022, avaliou o excesso de suicídios no Brasil com efeitos indiretos da primeira onda da Covid-19. O estudo, coordenado pelo epidemiologista Jesem Orellana, do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e o médico psiquiatra Maximiliano Ponte, da Fiocruz Ceará, trouxe informações importantes sobre os efeitos indiretos nas mortes por Covid-19 nas regiões Norte e Nordeste.
Os resultados apontam que, em homens com mais de 60 anos da região Norte, o excesso de suicídios alcançou 26%. As mulheres com faixa etária de 30 a 59 anos também houve excesso de suicídios. Na região Nordeste, em relação às mulheres com idade acima de 60 anos o excesso de suicídio foi de 40%.
Os responsáveis pelo estudo alertam para a possibilidade de efeitos indiretos ainda mais fortes sobre os suicídios a partir de 2021, uma vez que o impacto direto pandêmico (mortes por Covid-19) foi ainda mais severo neste ano.
“Fazer chegar mais informações e uma mensagem educativa sobre a campanha Setembro Amarelo contribuirá significativamente na prevenção ao suicídio. E é por isso que é fundamental a adesão da CONTAG, pois ainda temos carência de informações para os povos do campo, da floresta e das águas”, reforçou Edjane.
Saiba mais sobre a campanha:
https://www.setembroamarelo.com/