Estamos no mês de setembro, que é dedicado à prevenção do suicídio. Em 2022, o lema trabalhado é “A vida é a melhor escolha!” Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. O órgão ainda aponta o suicídio como a segunda maior causa de mortes entre pessoas na idade de 15 a 29 anos.
Embora os números de suicídio estejam diminuindo em todo o mundo, nos países das Américas não param de aumentar, segundo a OMS. Praticamente 100% dos casos estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Portanto, são mortes que poderiam ser evitadas.
No Brasil, conforme o Boletim Epidemiológico nº 33 da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, ocorreram 112.230 mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número anual de mortes, de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019, com aumento das taxas de mortalidade por suicídio em todas as regiões do Brasil.
O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade.
“Por isso que é tão necessário buscar informações sobre a Campanha, ajudar o próximo e demonstrar empatia. Essas são as melhores saídas para lutar contra esse problema tão grave. É importante identificar os sinais precocemente, convencer a pessoa a buscar tratamento profissional e não fazer julgamentos. Essas atitudes salvam vidas”, destacou a secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
Especialistas afirmam que o suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. É por isso que essa campanha é fundamental e precisa da adesão de todas as pessoas. Segundo dados da OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama - ou guerras e homicídios.
Nos últimos anos, a CONTAG vem aderindo à campanha por entender que é uma temática importante que afeta, inclusive, os povos do campo, da floresta e das águas e vê com muita preocupação o agravamento desta problemática, principalmente em função da pandemia da Covid-19.
Estudo realizado pela Fiocruz, divulgado em 18 de abril de 2022, avaliou o excesso de suicídios no Brasil com efeitos indiretos da primeira onda da Covid-19. O estudo, coordenado pelo epidemiologista Jesem Orellana, do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e o médico psiquiatra Maximiliano Ponte, da Fiocruz Ceará, trouxe informações importantes sobre os efeitos indiretos nas mortes por Covid-19 nas regiões Norte e Nordeste.
Os resultados apontam que, em homens com mais de 60 anos da região Norte, o excesso de suicídios alcançou 26%. As mulheres com faixa etária de 30 a 59 anos também houve excesso de suicídios. Na região Nordeste, em relação às mulheres com idade acima de 60 anos o excesso de suicídio foi de 40%.
Os responsáveis pelo estudo alertam para a possibilidade de efeitos indiretos ainda mais fortes sobre os suicídios a partir de 2021, uma vez que o impacto direto pandêmico (mortes por Covid-19) foi ainda mais severo neste ano.
“O momento de isolamento social, somado à crise econômica e sanitária pela qual ainda passa o nosso país, tem gerado um campo fértil para o agravamento ainda maior dos casos de suicídios no Brasil. A campanha do Setembro Amarelo é importante para sensibilizar e conscientizar toda a sociedade para redobrarmos os cuidados e ficarmos atentos ao comportamento da população neste momento tão difícil”, alerta Edjane.
Saiba mais sobre a campanha:
https://www.setembroamarelo.com/
Fonte: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi, com informações da Campanha Setembro Amarelo.