Aproximadamente 46% da população mundial, incluindo os 40% que estão em idade de trabalhar, vivem em áreas rurais. Apesar da rápida urbanização, a maioria das populações dos países em desenvolvimento ainda vive em territórios rurais. Na África e na Ásia, o percentual da população que vive em áreas rurais é de, respectivamente, 60% e 52%. As populações rurais sofrem com a ausência de políticas públicas, mas seguem persistentes, lutando e sonhando com o desenvolvimento rural sustentável e solidário. Entretanto, são enormes as barreiras que impedem as populações camponesas, agricultores(as) familiares e trabalhadores(as) assalariados(as) de viverem e trabalharem solidariamente em territórios rurais desenvolvidos e sustentáveis.
Neste contexto, os territórios rurais com o modo de vida, produção e trabalho das populações que os habitam precisam de mais atenção dos Governos e das organizações multilaterais. É neste sentido que a OIT está reunindo em Genebra, de 26 a 30 de setembro, lideranças sindicais dos trabalhadores assalariados do campo, dos agricultores familiares e camponeses, representantes da classe patronal e dos governos para tratar do tema e elaborar um conjunto de diretrizes para melhorar as condições de trabalho, produção e de vida das populações do campo. A expectativa da OIT é de que estas diretrizes possam ser referendadas por governantes e implementadas em muitos países, a partir do potencial que apresenta a maioria dos territórios para o desenvolvimento rural sustentável. Portanto, a agenda de trabalho irá tratar da importância das economias rurais, do trabalho na produção, a produtividade, o mercado e suas implicações, a criação e o fortalecimento das políticas públicas eficazes para dar segurança ao setor produtivo e aos trabalhadores(as), assegurando renda confiável; produtividade, mercado, formalidade no trabalho assalariado; rigor no cumprimento da lei; liberdade à associação e participação das populações rurais nas tomadas de decisão, sobretudo, do orçamento público para o estado fazer os investimentos necessários nos territórios rurais com infraestruturas de proteção social - escolas, estradas, hospitais, entre outras, e na agricultura com crédito agrícola e pecuário adequados para promoverem o desenvolvimento rural.
Durante essa semana, a reunião promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) pretende debater e aprovar o conteúdo do Projeto de Orientações Políticas para a Promoção de Meios de Vida Sustentáveis nas Zonas Rurais dirigidas aos setores agroalimentares.
Alberto Broch, presidente da CONTAG, foi convidado a participar desta reunião representando os trabalhadores(as) rurais agricultores familiares do Brasil. Alberto considera que “esse trabalho iniciado hoje não é uma missão fácil, temos que chegar a um consenso sobre temas muito complexos. Mas, até sexta, esperamos aprovar boas resoluções para que a OIT possa fazer as recomendações em âmbito mundial sobre políticas públicas para o desenvolvimento rural sustentável, para a agricultura familiar e os assalariados e assalariadas rurais, levando em consideração os termos que nós defendemos de sustentabilidade e de desenvolvimento”, explicou o presidente da CONTAG.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi