As redes sociais estão se tornando cada vez mais as queridinhas dos agricultores na hora de escoar a produção diretamente ao consumidor. Antes, para oferecer seus produtos, precisavam se deslocar com frequência até os clientes, participar de feiras, visitar mercados ou ainda depender da figura do atravessador. Atualmente o cenário que se desenha já é bem diferente por conta de um novo elemento que chega com tudo no meio rural: os celulares inteligentes (smartphones). Segundo a 28ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) divulgada em abril de 2017, o Brasil tem 198 milhões de celulares inteligentes em uso, crescimento de 17% na comparação com os dados da pesquisa de 2016. De acordo com o estudo, a expectativa é de que, nos próximos dois anos, o país tenha 236 milhões de aparelhos desse tipo nas mãos dos consumidores, chegando também cada vez mais às mãos dos homens e das mulheres do campo. Diante desse contexto tecnológico, a FETAEP (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares no Estado do Paraná) vem também incentivando o ingresso de sua base no universo digital e já sente a mudança no perfil dos agricultores – que estão mais conectados e dispostos a mergulhar de vez neste campo virtual. E essa mudança contempla desde os dirigentes sindicais, que já usam o WhatsApp para divulgar suas ações e também tratar de assuntos de trabalho, chegando aos agricultores e agricultoras que usam as redes para se comunicar com os seus clientes, fazendo a venda direta. Como é o caso do casal de agricultores familiares de Iporã (Regional Noroeste da FETAEP), Antônio Carlos e Eliete Nespolo, que vendem ovos pelo whats. Além de encurtar as distâncias e ampliar os contatos, a comercialização da produção por meio das redes sociais - WhatsApp e Facebook, que são as mais utilizadas pelos agricultores do Paraná - é mais rápida, dinâmica e barata. Principalmente pelo fato de que os sinais de telefone nas áreas rurais e remotas não são tão bons. Como o sinal de internet na casa deles é melhor do que o sinal de celular, começar a se comunicar pela rede social foi um caminho encontrado para escoar a produção. “Passamos a ter muita procura. Vendemos 10 dúzias por dia e já não estamos conseguindo abastecer todos os pedidos”, comenta Eliete, dizendo ainda que em virtude da demanda estão planejando aumentar a quantidade de galinhas para poder dar conta de todos os pedidos. Para a agricultora, as vendas melhoraram muito depois que o aplicativo entrou na vida deles, há pouco mais de um ano. “O WhatsApp é tudo. Se não tivesse ele, seria mais difícil. Agora mesmo, enquanto falo com você já chegou um monte de pedido. Quando acaba a internet aqui é um desespero”, comentou em meio a risos. Para estimular ainda mais esse ingresso, a FETAEP também vem trabalhando o tema em seus eventos e ações formativas. “Já que a grande maioria está conectada ao celular, por que não despertarmos o olhar da nossa base para mais essa opção de comunicação a favor do Movimento Sindical e também dos empreendimentos rurais?”, questiona o presidente da FETAEP, Ademir Mueller, que também é o diretor responsável pelo departamento de Comunicação da Federação. E os resultados já estão sendo sentidos. Em pesquisa recente feita pela Federação com 60 Sindicatos filiados, 66% já estava usando as redes sociais para se comunicar com sua base e também com a sociedade, seja por WhatsApp ou Facebook – que são as redes mais populares entre o Movimento Sindical. Desse total, 23 possuem página no Facebook. FONTE: Comunicação FETAEP: Renata Souza