Acontece nos dias 19 e 20 de agosto, no CESIR/CONTAG, em Brasília, a segunda reunião da Rede de Pesquisadores e Pesquisadoras da Comissão Camponesa da Verdade. A programação da manhã do primeiro dia contou com o resgate da criação da Comissão e da Rede, bem como do trabalho com os camponeses na Comissão Nacional da Verdade e de debates e definições conceituais sobre a “ação do Estado” ou o “Estado como agente repressor”, “grave violação de Direitos Humanos” e “casos emblemáticos”.
No período da tarde está prevista a apresentação de casos e fatos sobre o tratamento dado pelo Estado às violações de Direitos Humanos cometidas contra os camponeses e camponesas, além de exposição de pesquisadores(as) sobre casos relacionados à Comissão Camponesa da Verdade. Por fim, a Rede participará, às 18h30, do ato em memória dos 30 anos do assassinato de Margarida Alves.
No último dia de reunião, 20 de agosto, haverá debates sobre o relatório ou documento final a ser apresentado pela Comissão Camponesa da Verdade, sobre o funcionamento e animação da Rede de Pesquisadores e Pesquisadoras e sugestão de casos para a Comissão Camponesa da Verdade.
O secretário de Política Agrária da CONTAG, Zenildo Pereira Xavier, reconhece que o trabalho da Comissão Camponesa da Verdade e desta rede são extremamente importantes nesse cenário de disputa por terra e território no Brasil, onde a violência no campo é permanente. “A maioria dos casos estão impunes há décadas, como o de Margarida Alves. Precisamos investigar os casos e garantir o julgamento e condenação dos culpados. A CONTAG apoia esse trabalho”, destaca o dirigente.
SOBRE A COMISSÃO CAMPONESA DA VERDADE: A criação da Comissão Camponesa da Verdade (CCV) foi decidida durante a realização do Encontro Unitário dos Povos do Campo, das Águas e das Florestas, realizado em agosto de 2012 e que reuniu os principais movimentos sociais do campo e da floresta.
A Comissão é formada por várias organizações sociais, a exemplo da CONTAG, CPT, MST, MMC, Plataforma DHesca, Terra de Direitos; por professores da UNB e parceiros que estão no governo, a exemplo de Gilney Viana da SDH/PR.
Os principais Objetivos: • Acompanhar e subsidiar o trabalho da Comissão da Verdade de (re)construção da memória e da verdade sobre a resistência camponesa aos regimes autoritários e seus apoiadores desde 1946 a 1988 no Brasil. • Levantar e indicar à Comissão Nacional da Verdade os fatos e violações dos direitos humanos, buscando a (re)construção da memória e da verdade, reconstruindo a identidade e cidadania camponesa; • Lutar pela inclusão dos camponeses nos processos de reparação e anistia no contexto de (re)construção da história e da verdade. • Construir processos pedagógicos para informar e conscientizar a sociedade sobre a memória, história, reconhecimento, justiça e reparação de violações aos direitos camponeses.
SOBRE A REDE DE PESQUISADORES E PESQUISADORAS: Com a finalidade de subsidiar os trabalhos, as pesquisas e a sistematização das informações relativas às violações de direitos humanos cometidas contra os camponeses e camponesas, a CCV buscou articular uma Rede de Pesquisadores e Pesquisadoras, reunindo professores e pesquisadores envolvidos com esta temática.
A Rede pretende ser um espaço permanente de adesão de pesquisadores interessados e dispostos a apoiar o trabalho de resgate da memória e da verdade no campo. Pretende incluir, além de professores, alunos de graduação e pós-graduação, grupos e projetos de pesquisas, núcleos de estudos e iniciativas existentes nas universidades brasileiras para, em um esforço conjunto, investigar violações de direitos humanos e resgatar a memória camponesa relacionada à violência do Estado e resistência no período de 1946 e 1988. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi, com informações da CCV