A XVI Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (REAF) foi realizada de 6 a 9 de dezembro em Minas, capital de Lavalleja, no Uruguai. A vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG, Alessandra Lunas, representou a entidade e a Confederação dos Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (Coprofam).
A Reaf completa nesse mês seis anos e começa a trabalhar agora com recursos do Fundo da Agricultura Familiar. Antes, era financiada pelo Fida (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola) para qualquer atividade. “A Reaf está enraizada, está consolidada como um espaço democrático. Já estamos começando a ver frutos da agenda da agricultura familiar sendo priorizada nos países”, comemora Alessandra Lunas.
Mas, a dirigente alerta que há muitos desafios pela frente, principalmente, no sentido de cada vez mais buscar o fortalecimento desse espaço. “Aliás, nessa última Reaf, nós fomos contemplados em primeira-mão com a consolidação do Marco Estratégico da Agricultura Familiar que está sendo trabalhado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação)”, informa. Segundo a sindicalista, o objetivo é que o marco seja aprovado na Conferência da FAO, que será realizada em março de 2012, como uma das ações concretas dos 33 governos da América Latina para o Ano Internacional da Agricultura Familiar. “Então, acredito que os horizontes estão muito positivos para o próximo ano na agenda da agricultura familiar latino-americana. Dentro da Reaf esse foi um dos debates importantes”, avalia Lunas.
Outro momento importante, destacado pela dirigente da CONTAG, foi o seminário que promoveu um amplo debate de socialização de experiências, de construção de debate em torno do modelo de desenvolvimento rural sustentável desejado no âmbito do Mercosul Ampliado. Também aconteceu outro seminário que discutiu a assistência técnica.
Lunas informou que houve uma pauta coordenada pela Coprofam, que foi aprovada no plenário da Reaf e acatada pelos governos, que trata da agenda de comercialização do Mercosul. Hoje, por exemplo, está aberta uma discussão da revisão tarifária de lácteos, de pêssegos em calda e de vinhos. “A agricultura familiar da Reaf discute tudo, mas, no debate do comércio, quem participa são as empresas. A cadeia da agricultura familiar fica fora da negociação dos preços. Queremos fazer parte dessa conversa”, reclama. Para a dirigente, os debates e encaminhamentos demonstram que a agricultura familiar está agenda mundial e, por isso, merece ocupar todos os espaços. FONTE: Imprensa Contag - Veronica Tozzi