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A coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e vice-presidente da CUT, Carmen Foro, participou hoje (19) do lançamento do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais, do governo federal. Nele, serão investidos aproximadamente R$ 19,7 milhões esse ano e R$ 68,5 milhões até 2011.

Os recursos serão destinados a várias ações de organização produtiva, capacitação, apoio à comercialização e financiamento de projetos de grupos de mulheres do campo. Em seu discurso como representante das trabalhadoras na agricultura, Carmen Foro lembrou que a reivindicação por financiamento nessa área é tema da Marcha das Margaridas desde 2003 e que o anúncio do programa é um avanço para o setor.

A dirigente da Contag afirmou que alguns desafios ainda devem ser vencidos pelas mulheres rurais, como a garantia de participação de mulheres que produzem, mas não estão inseridas em grupos ou associações formais. Sobre as ações anunciadas hoje, ela considerou ser um primeiro passo para resolver a dívida que o governo tem com as mulheres do campo.

"É um passo significativo na construção da autonomia das mulheres, para conseguir tirá-las da invisibilidade que sempre tiveram no campo e valorizar onde elas estão e sua produção, que é a geração de renda nas famílias", disse.

Sobre o montante de recursos que serão investidos, Carmen Foro avalia que para um programa nacional, o dinheiro ainda é insuficiente. "É um avanço, mas ainda é pouco, pois a dívida que o Brasil tem com as mulheres rurais é muito grande, mas vamos continuar a luta e articulação para que esses recursos sejam aumentados e as políticas falem entre si", comenta.

Programa - O Programa Organização Produtiva de Mulheres Rurais será implementado, num primeiro momento, em áreas do Plano Social Integrado, do governo federal, especialmente nos Territórios da Cidadania. Entre as diretrizes que compõem o programa, destaca-se a promoção da igualdade de gênero, economia feminista e solidária, valorização de sistemas de produção sustentáveis e segurança alimentar, implantação de ações de geração de renda.

Os ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Trabalho e Emprego, juntamente com as secretarias de Aqüicultura e Pesca e Especial para Políticas para as Mulheres, em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) são os órgãos responsáveis pela gestão do programa. FONTE: Ciléia Pontes

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