Uma ação cível pública da Procuradoria Federal de Goiás pode prejudicar o andamento do curso de Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG) para agricultores familiares e assentados rurais. O órgão alega que a portaria publicada pela universidade no ano passado é ilegal por restringir o público participante. O projeto, que faz parte do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), conta com a parceria entre a Fetaeg e a Contag.
Um dos principais requisitos para participar da seleção é ser filho de agricultor familiar ou assentado rural. No período de abertura do edital, a universidade recebeu 636 pedidos de candidatos de todos os estados. O curso terá duração de cinco anos e é dividido em 10 módulos. Atualmente, ele está no terceiro módulo. A secretária de Políticas Sociais da Fetaeg, Ana Maria Caetano, explica que o curso é intensivo para os trabalhadores rurais. "A cada período de seis meses, eles ficam três meses estudando na Universidade de Goiás, onde tem aulas de manhã, à tarde e à noite. Depois desse período, retornam as suas comunidades para trabalhar e produzir, já que são agricultores familiares", afirma.
A proposta inovadora da UFG tem mudado a realidade de muitos agricultores. É o caso de Suellen Aparecida Ferraz, 20 anos, que mora no município de Guaraíta/GO. Ela é uma das 60 jovens ligadas ao movimento sindical que cursam Direito desde o dia 17 de agosto, data de início das aulas. Suellen fala da relevância de fazer uma faculdade. "Esse curso é de suma importância porque o pequeno produtor rural não tem condições financeiras de estudar em curso de nível superior tão elevado como este. Ao finalizá-lo, vamos trabalhar dentro do sindicato".
Fetaeg e Contag aguardam o parecer final da Justiça Federal sobre pedido feito pela Procuradoria Federal de Goiás, que pede a suspensão do curso para os trabalhadores rurais. FONTE: Andréa Póvoas