Uma cúpula de chefes de Estados encontra-se reunida desde segunda (16 de julho) em Moçambique, na África, participando de encontro preparatório do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, da Comissão Permanente dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a criação de uma plataforma de segurança alimentar da CPLP. A reunião, cuja abertura oficial acontece nessa quarta (18 de julho) e prossegue até o dia 22, ocorre no momento em que é preciso reforçar a integração entre os países no sentido de erradicação da fome e da pobreza nos países de língua portuguesa, com foco no direito humano à alimentação adequada. Para a comissão, é preciso que esses países atinjam um “capital humano saudável e ativo, livre da fome e da pobreza, num quadro de realização progressiva do direito humano à alimentação e o respeito pela soberania nacional”. Três eixos estratégicos orientam o plano de ação da CPLP. O primeiro deles trata do fortalecimento da governança alimentar e nutricional, seguido da promoção do acesso à alimentação e melhoria dos modos de vida dos grupos mais vulneráveis e do aumento da disponibilidade de alimentos na perspectiva dos pequenos produtores. É a primeira reunião de uma rede formada pelos conselhosde Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, que se fortalecem, e que se formou para tratar da segurança alimentar como tema prioritário e mais permanente. Para Alessandra Lunas, vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG, esse é um importante espaço de interlocução entre os países no sentido de construção de uma pauta em comum, com estratégias voltadas ao ano internacional da agricultura familiar, prospectando ações concretas. “Estamos trazendo para a agenda internacional assuntos em comum, trocando experiências e pensando ações conjuntas entre os países para o fortalecimento da agricultura familiar nessa agenda”. A vice-presidente da CONTAG convoca os países para assumir um compromisso conjunto entre a agricultura familiar e a cooperação para o desenvolvimento sustentável socioambiental, econômico e cultural referenciada pelo princípio fundamental de uma relação entre iguais. “O Brasil tem condições de dar um tom mais forte nos espaços internacionais,a exemplo de como aconteceu na Rio + 20, quando a sociedade civil brasileira e de outros países enriqueceram o debate em torno destes temas de interesse mundial”, sugere Alessandra. A CONTAG constitui, via o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), o bloco de organizações da agricultura familiar dos países de língua portuguesa.
FONTE: Imprensa Contag - Maria do Carmo de Andrade Lima