Contag diz que mídia coorporativa tenta desmoralizar o projeto de Reforma Agrária Dirigentes sindicais e trabalhadores e trabalhadoras rurais do Pará estão no município de Marabá-PA participando da “Oficina Estadual de Formação e Capacitação para o Acesso a Terra e Políticas de Permanência no Campo”, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Pará (FETAGRI-PA).
São cerca de 70 participantes, que discutem como enfrentar o desmonte do Programa Nacional de Reforma Agrária no Brasil e no estado do Pará. “O Incra no nosso estado está sem comando e a informação que temos é que a direção da autarquia será entregue aos militares e apoiadores do agronegócio. Isso é grave e pode causar mais problemas no processo de reforma agrária e regularização fundiária no Pará”, denunciou a presidenta da FETAGRI-PA, Ângela Conceição de Jesus.
O encontro é coordenado por Elias D’Angelo Borges, secretário de Política Agrária da CONTAG. “Estamos aqui para fazer e construir uma resistência para garantir o processo de reforma agrária e para produção e permanência no campo. Nós somos responsáveis por mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos(as) brasileiros(as), e a reforma agrária ainda é a maior política de geração de renda, produção de alimentos e preservação do meio ambiente”, assegurou Elias Borges.
No encontro, os(as) dirigentes lembraram que a Assembleia Legislativa do Pará aprovou uma nova Lei Agrária - Projeto de Lei 129/2019 - que, se sancionado pelo governador Helder Barbalho, o projeto alterará os termos de regularização fundiária em terras públicas no Pará e, segundo os(as) dirigentes, causará mais problemas e aumentará os conflitos no estado. Agora, segundo Ângela Conceição da FETAGRI-PA, o caminho é exigir que o governador do Pará vete o projeto aprovado para não aumentar a grilagem e violência no campo.
Mídia tenta criminalizar reforma agrária
O representante da CONTAG, Elias Borges, repudiou a matéria veiculada no programa da TV Globo “Fantástico” que trouxe supostas fraudes em assentamento da reforma agrária no estado da Paraíba e do Rio Grande do Sul – Terras estaduais. A denúncia de supostas irregularidades foram feitas há, pelo menos, cinco anos pelos próprios trabalhadores. “A mídia corporativa procura, em conluio com membros do governo Bolsonaro, criminalizar as políticas públicas da reforma agrária e apontar problemas como uma generalização do processo de acesso à terra.
Elias Borges diz também que é inadmissível colocar na lama uma política importante como a reforma agrária e tratar como uma questão de polícia. “A política de acesso à terra, reforma agrária e o Programa Nacional de Crédito Fundiário têm muitas dificuldades, e funcionou nos últimos 12 anos. Temos milhões de iniciativas positivas e produtividade nos assentamento rurais no Brasil, de norte a sul, e essa matéria veiculada no final de semana na Rede Globo não traduz o retrato da situação nacional”, diz Elias Borges, que completa que o foco da reportagem é criminalizar os movimentos de luta pela terra no Brasil.
A Oficina de Formação para Acesso à Terra em Marabá-PA encerra amanhã, 25 de junho. O encontro é realizado no Hotel Itacaúnas e tem também a participação dos diretores da FETAGRI-PA, do secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG Carlos Augusto (Guto), além de mais 70 dirigentes sindicais de base do estado do Pará, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). FONTE: Luiz Henrique Parahyba