-Como você avalia esta nova oficina?
-Tive a sorte de participar da edição passada em Montevidéu, (de 25 a 29 de novembro), colocando em foco a informalidade presente no setor rural. Considero, sem medo de errar, que nestas jornadas de agora o debate conseguiu maior profundidade.
Também acontece que eu entendo melhor o espanhol (sorri) e isso facilita o diálogo com os companheiros e companheiras, muitos dos quais eu já conhecia.
-Por que para você este debate foi maior?
-Porque foram abordadas mais questões e de forma mais ampla, a partir de diferentes olhares, bem ao estilo que a Rel-UITA nos acostumou. Os expositores eram muito bem qualificados, e não estavam por fora dos assuntos tratados, e deu pra notar isso.
Considero, também, que foi um grande acerto de nossa Secretaria Regional ter convidado o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) para falar da problemática da violência e desapropriação de terras, o que não é muito diferente da situação sofrida pelos assalariados rurais e pelos camponeses.
-Dos relatórios dos diferentes países observamos que enfrentamos os mesmos atores e dinâmicas similares de violência...
-É que o modelo de produção é o mesmo e, em todos os lados, gera os mesmos processos de exclusão, miséria, perda da biodiversidade e violência.
Nós escutamos com muita atenção as intervenções sobre a situação de violência na Colômbia e, estando aqui em Buenos Aires, nos chegaram notícias do Brasil, do Pará mais especificamente, que relatam novos atos de violência. Acaba de ser assassinado Jair dos Santos, filiado de nossa Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado do Pará (FETAGRI-PA)
Os companheiros do Sintrainagro da Colômbia falaram também sobre as Cooperativas de Trabalho Associado, um mecanismo de fraude no trabalho que foi copiado do Brasil, das “Coopergatos”, muito presentes no setor açucareiro, o que reforça essa ideia de que o modelo é o mesmo. FONTE: Rel-UITA - Tradução de Luciana Gaffrée